Wagner admite possibilidade de aliado perder em Salvador 

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O senador Jaques Wagner (PT) admitiu ontem que o candidato do PT ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, pode perder a eleição em Salvador 

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Por Rodrigo Daniel Silva 

O senador Jaques Wagner (PT) admitiu ontem que o candidato do PT ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, pode perder a eleição em Salvador para ACM Neto (União Brasil), que governou a cidade por oito anos. Wagner, entretanto, disse que a derrota será por uma margem do que acreditam os adversários políticos. 

“Estamos subindo muito em Salvador. Não sei o que vai dar em Salvador. Acho que até o prefeito de Salvador (ACM Neto) vai sair com vantagem. Ele falava que seria 600 mil (votos), esqueça, 400 mil (votos), esqueça. Se botar frente em Salvador, no máximo 120 (mil votos). Acho que não vai ter nem isso. Se não for cabeça a cabeça, e isso se Jerônimo não passar”, disse o senador, em entrevista à rádio Metrópole. 

Com quase 2 milhões de eleitores, a capital baiana pode ser decisiva na eleição ao governo da Bahia. Levantamento feito pela Tribuna aponta que, desde 2006, ou seja, há 12 anos, quem venceu em Salvador conquistou o Palácio de Ondina. A última vez que o governador eleito perdeu na principal cidade do estado foi em 2002. Naquele ano, Paulo Souto (na época, PFL, hoje União Brasil) saiu vitorioso nas urnas, mas foi derrotado em Salvador por uma diferença de 220 mil para Jaques Wagner (PT), segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

De acordo com os dados da Corte Eleitoral, naquele pleito, Paulo Souto teve, na capital baiana, 36,63% dos votos, já Jaques Wagner obteve 56,93%. De 2006 para cá, o PT sempre ganhou em Salvador, e, consequentemente, conquistou o governo da Bahia. Foi, na eleição de 2014, que teve a briga mais acirrada pelos votos soteropolitanos. Uma diferença de só 10 mil. Rui Costa (PT) foi eleito governador naquele com 42,04% dos votos válidos contra 41,20% de Paulo Souto. 

Já a maior diferença ocorreu no pleito de 2010. Embora Rui Costa seja soteropolitano e tenha feito enormes investimentos na capital baiana, Wagner conseguiu ter um desempenho melhor do que o atual governador. Há 12 anos, Wagner foi reeleito governador com 64,29% dos votos válidos de Salvador contra 14,91% de Paulo Souto. Já Rui Costa foi reconduzido a governador com 72,23% – a mais alta votação na capital dos últimos 20 anos – contra 23,62% do então candidato do DEM (hoje União Brasil), o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo. 

Defesa – Wagner ainda defendeu o candidato a vice-governador na chapa petista, Geraldo Júnior (MDB), após ACM Neto dizer que o emedebista tinha sido “escondido” da governista. 

“Ganhamos um vice espetacular, que aliás está cumprindo uma estratégia ótima de cuidar de Salvador, que é o lugar que é mais conhecido e ele trata mais. Aí o prefeito atual dizer que a gente está escondendo. Prefeito raciocina. Vocês estão preocupados porque ele (Geraldo Jr.) está no seu pé, e está incomodando vocês”, afirmou o senador. 

TRIBUNA DA BAHIA

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