Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
Quando fundaram o Vitória, os irmãos Arthur e Artêmio Valente, moradores do bairro homônimo, não tinham noção da representatividade que a instituição alcançaria. Em 1899, o Club de Cricket Victoria era apenas aquilo que o próprio nome traz: um clube de cricket, esporte popular na Inglaterra. Não à toa era uma homenagem à monarca que comandava o país europeu à época. Neste sábado (13), o Esporte Clube Vitória completa 124 anos de uma história identificada com as mais diversas modalidades.
O dia será de celebração no estádio Manoel Barradas. Ídolo do Leão, o ex-atacante Bebeto Gama será homenageado na festa de aniversário. Revelado pelo Rubro-Negro baiano, Bebeto foi um dos protagonistas da conquista do tetracampeonato da Copa do Mundo pelo Brasil, em 1994, nos Estados Unidos.
Bebeto, crack formado pelo Vitória-BA
Uma arquibancada para 3 mil torcedores no campo 1 do miniestádio, localizado no CT Manoel Pontes Tanajura, será inaugurada no evento e levará o nome do ex-jogador. Também neste sábado, Vitória e Brahma oficializarão a parceria para a comercialização de cervejas no Barradão.
UM NOME NA HISTÓRIA
Demorou pouco para que a instituição aderisse ao esporte que se tornaria o mais popular do planeta. Três anos depois da fundação, o futebol foi incorporado àquele que passou a se chamar Sport Club Victória. Também neste ano, o atletismo, a natação e o remo foram adotados pela agremiação.
Foi deste último, inclusive, que se originou o apelido de “Leão da Barra”. Em 1902, os remadores do clube conseguiram um feito inesquecível, ao sair do Porto da Barra até o Porto dos Tainheiros, em Itapagipe, fato que lhes rendeu a alcunha “Leões da Barra”, mais tarde incorporada pelos torcedores rubro-negros e pelo próprio clube.
A primeira partida de futebol ocorreu em 13 de setembro de 1902, contra o São Paulo Bahia Football Clube. O Vitória venceu por 2 a 0, na inauguração do Campo dos Mártires, atual Campo da Pólvora. O resto é história.
Em 1908 veio o primeiro título, do Campeonato Baiano. Em 1953, a profissionalização. Em 1986, a inauguração do Barradão, que só viria a ser utilizado como mando do clube em 1994. Em 1993, o vice-campeonato brasileiro. Em 2010, o vice da Copa do Brasil.
Ao todo, o Vitória tem 29 títulos estaduais e quatro da Copa do Nordeste (1997, 1999, 2003 e 2010). O clube ainda busca o reconhecimento do quinto título nordestino, conquistado em 1976.
Em 2013, o Leão teve a melhor campanha de um clube nordestino na era dos pontos corridos do Brasileirão, implantado em 2003. Sob o comando de Ney Franco, terminou em quinto lugar e quase conquistou uma vaga na Libertadores.
E as páginas rubro-negras seguem contando novos capítulos a cada dia. Clube de diversas modalidades, o Vitória fez história no basquete em 2016-17, quando ficou em terceiro no Novo Basquete Brasil (NBB). O feito foi possível graças à parceria com a Universo, dona da vaga na liga. O vínculo se encerrou em 2018, junto com o projeto, e o basquete rubro-negro só foi retomado em 2022.
Na última década, o Leão passou por momentos delicados. Quatro dos seis nomes que presidiram o clube não terminaram seus mandatos. Atualmente, quem comanda o Rubro-Negro é o presidente Fábio Mota. Ele chegou a cogitar uma renúncia recentemente, mas voltou atrás.
O Vitória vive, agora, um bom momento dentro de campo. Após as eliminações do Campeonato Baiano, da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil, a equipe começou com tudo a Série B do Brasileirão. É líder da competição com 15 pontos e 100% de aproveitamento após cinco rodadas e ainda não sofreu gols.
O Leão volta a campo no próximo domingo (14), para enfrentar o Atlético-GO, pela sexta rodada do certame.
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