Jovem de 21 anos move processo particular contra o atleta
Daniel Alves Foto: EFE/Fernando Bizerra
O processo particular movido na Espanha por uma jovem de 21 anos, que acusa o jogador Daniel Alves de violência sexual, pede uma pena de 12 anos de prisão para o brasileiro. O crime teria ocorrido na discoteca Sutton, em dezembro de 2022.
A advogada Ester García, que está defendendo a vítima, pediu essa sentença para o jogador no marco do julgamento que será realizado no Tribunal de Apelação de Barcelona, de acordo com o documento ao qual a Agência EFE teve acesso.
Além do crime de agressão sexual, pelo qual está pedindo uma sentença de prisão, a acusação privada também acusa o jogador de futebol de lesões, pelas quais está pedindo uma multa de 13.500 euros (aproximadamente R$ 73 mil).
A advogada solicitou que Alves indenizasse a vítima com um total de 150 mil euros (R$ 802 mil) pelas consequências físicas e psicológicas sofridas, já que a jovem sofre de sintomas compatíveis com transtorno de estresse pós-traumático de intensidade globalmente elevada.
Ester García também pediu que Daniel Alves fosse proibido de se aproximar a menos de mil metros e de se comunicar com a vítima por um período de dez anos a mais do que a pena de prisão imposta, bem como uma medida de segurança de liberdade condicional pelo mesmo período.
Além disso, fez um apelo para que o tribunal adotasse medidas para proteger a jovem no dia do julgamento, como acompanhamento profissional e para evitar o contato visual com o acusado, bem como para realizar o julgamento sem público.
MP PEDE NOVE ANOS DE PRISÃO PARA DANIEL ALVES Já o Ministério Público, que já havia apresentado seu relatório em novembro, pede nove anos de prisão e quer ainda que Daniel Alves indenize a vítima em 150 mil euros (R$ 802 mil), a mesma quantia que a defesa da ré está solicitando.
De acordo com a acusação, o estupro ocorreu na noite de 30 de dezembro de 2022 em uma área reservada da boate Sutton em Barcelona, onde a vítima estava sentada com uma prima e uma amiga, depois que Daniel Alves e um homem que o acompanhava as convidaram para essa área privada para tomar uma taça de champanhe.
A procuradoria alega que as mulheres inicialmente recusaram o convite, mas acabaram aceitando, por “insistência” de Daniel Alves e seu amigo, e os cinco acabaram bebendo champanhe, conversando e dançando.
Por volta das 3h20, de acordo com o MP, Daniel Alves foi até uma porta adjacente – que só é acessível aos clientes da área privativa – e fez um gesto para que a jovem se aproximasse, o que a vítima fez, sem saber como era a área privativa em que acabara de entrar.
Uma vez lá, acrescentou a procuradoria, o jogador brasileiro a levou para um pequeno banheiro e fechou a porta, sem deixá-la sair, e “começou a apalpá-la com lascívia e uma clara intenção de satisfazer seus desejos sexuais”.
O jogador apalpou todo o corpo da vítima, tentou fazer sexo oral sem sucesso diante da resistência da vítima – que estava sofrendo uma situação de “angústia e terror” – e, finalmente, penetrou sua vagina sem preservativo, detalhou a acusação.
Daniel Alves saiu do banheiro “imediatamente depois”, deixando a jovem no local, que saiu momentos depois e foi até sua prima, a quem pediu que deixasse o local, embora na saída tenha começado a chorar e tenha sido atendida pelo pessoal da discoteca, que ativou o protocolo por agressão sexual.