Foto: Jefferson Peixoto / Secom PMS
As diferentes operações policiais e casos de violência em Salvador têm impactado moradores, comerciantes, alunos e professores de algumas comunidades da capital baiana. De acordo com um levantamento da Secretaria Municipal da Educação (Smed), cerca de 22.168 alunos ficaram sem aula entre janeiro deste ano até esta terça-feira (17), quando aconteceu a Operação Noise, no bairro do Engenho Velho de Brotas.
Na ocasião, alunos da Escola Municipal Martagão Gesteira ficaram sem atividade escolar por conta da suspensão das aulas. Ainda no mesmo período 71 escolas tiveram que suspender as atividades, por um ou quatro dias, dependendo da localidade em que se encontrava, por conta da sensação de insegurança, conforme indicou a Smed.
O coordenador da Associação dos Professores Licenciados do Brasil na Bahia (APLB-BA), Rui Oliveira, disse que, além das escolas municipais, as instituições de ensino da rede estadual também foram afetadas. No entanto, as creches do município por receberem crianças sofrem mais riscos com a violência.
“O índice de aulas suspensas é maior na rede municipal pois tem crianças. Na rede municipal abarca mais crianças, as mães entregam seus filhos nessas escolas, então é muito mais perigoso você sair para deslocar essas crianças do que um adolescente ou adulto”, aponta Oliveira.
O coordenador explicou ainda sobre os planos e ações com reposição de conteúdos didáticos para que o ano letivo desses alunos não seja prejudicado por conta da suspensão das aulas.
“Os colégios têm um compromisso de reposição. Porém, depende da escola, pois cada escola tem um tempo. Lembro que Valéria ficou uma semana sem aulas, por exemplo. Os colégios têm este compromisso da reposição, mas precisam ter a garantia da ação de proteção para não serem vítimas de bala perdida. […] As escolas vão conseguir repor conteúdos com uma nova metodologia, inclusive com sábado letivo, já está previsto. Algumas escolas já começaram a ter aulas aos sábados e cada uma tem um plano de ação”, contou Rui.
CASOS ANTERIORES
O bairro de Águas Claras foi uma das localidades que teve as atividades escolares suspensas após uma Operação Policial no mês passado. Na ocasião, cinco instituições de ensino não funcionaram e deixaram 1.769 estudantes sem aulas.
O IAPI foi outro local que registrou escolas paradas após uma operação policial contra o tráfico de drogas. As Escolas Cardeal da Silva e Marcos Vilaça e os Cmeis José da Silva Tavares e Epifânia Silva ficaram sem atividades e 623 estudantes foram afetados, no mês de agosto.
Outro bairro afetado foi Cosme de Farias, onde três escolas municipais decidiram suspender as aulas também em agosto e deixou 500 alunos sem aulas.
Uma das comunidades mais afetadas pela suspensão de aulas foi o bairro de Valéria. Na ocasião, mais de 2,6 mil alunos ficaram sem aulas na região.
Como plano para que as aulas sejam repostas e não gerar mais prejuízos no ano letivo dos alunos, a Smed explicou ao BN que o planejamento de reposição é de responsabilidade de cada gestão escolar.
A reportagem do Bahia Notícias fez contato com a Secretaria de Educação do Estado (SEC) para se pronunciar sobre os casos, mas ainda não registrou respostas.
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