Distribuição de recursos de campanha beneficia os ‘puxadores de votos’
Um a cada três candidatos não recebeu nenhuma verba dos partidos na disputa deste ano. A informação consta na plataforma Divulgacand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Das cerca de 30 mil candidaturas registradas, 9,5 mil não foram contempladas com os valores do fundo partidário e eleitoral.
Uma das explicações para essa situação é a distribuição de recursos de campanha que beneficia os chamados “puxadores de votos”, deixando de lado os novos candidatos, muitas vezes desconhecidos pelo eleitor.
Conforme a Câmara dos Deputados, a deputada federal e candidata à reeleição Joice Hasselmann (PSDB-SP) recebeu R$ 3,2 milhões de verbas neste ano. Trata-se da parlamentar que mais recebeu repasses do fundo eleitoral e partidário.
Na eleição geral mais recente, Joice foi a segunda mais votada do Estado (mais de 1 milhão de votos). Agora, a sigla dela deixou de repassar aproximadamente 30% das verbas para novas candidaturas. Já o deputado estadual Fábio Macedo (Podemos-MA) foi o segundo parlamentar que mais recebeu recursos partidários em 2022 (R$ 3 milhões). Neste pleito, o Podemos não distribuiu verba a 30% dos seus candidatos. Em seguida está Heloísa Helena (Rede-RJ), recebendo mais de R$ 3,1 milhões.
Os “puxadores de voto” são os candidatos a deputado federal ou estadual que possuem um grande número de votos. Assim, além das próprias vagas, eles garantem outras cadeiras na Câmara dos Deputados ou Assembleias Legislativas para pessoas com menos votos do mesmo partido.
De acordo com a legislação eleitoral, os partidos possuem autonomia para definir como distribuem os recursos para os candidatos. No fundo eleitoral, é preciso manter o mínimo de 30% exigido para a cota de gênero (para candidaturas femininas ou masculinas, tudo depende de qual gênero tem os outros 70% das candidaturas) e a proporcionalidade aos candidatos negros.
REVISTA OESTE