TSE exclui Forças Armadas da fiscalização das urnas eletrônicas

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Militares vêm sofrendo retaliações da ofensiva simbiótica do Judiciário com o Executivo Federal

Presidente do TSE, Alexandre de Moraes Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, nesta terça-feira (26), banir as Forças Armadas do grupo de entidades fiscalizadoras das próximas eleições. Os militares também deixarão de participar da comissão de transparência do pleito.

A medida foi proposta pelo atual presidente, Alexandre de Moraes. De acordo com o ministro, a participação das Forças Armadas na fiscalização das eleições de 2022 se mostrou “incompatível” com as atribuições legais dos militares.

– Essa ampliação das Forças Armadas no rol de entidades fiscalizadoras não se mostrou compatível com suas funções constitucionais nem razoável e eficiente – afirmou.

Moraes destacou que, apesar da exclusão, as Forças Armadas vão continuar auxiliando a Justiça Eleitoral no transporte das urnas eletrônicas e na segurança dos eleitores e locais de votação.

O TSE também retirou o Supremo Tribunal Federal (STF) do grupo fiscalizador. Para a Corte Eleitoral, três ministros do STF já compõem o TSE e, além disso, o Supremo é alvo de recursos contra as decisões da Justiça Eleitoral.

Durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Defesa chegou a afirmar que os militares não excluíram a possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas.

Com a simbiose entre o Poder Judiciário e o Executivo Federal, militares têm sido alvo de medidas cuja finalidade é restringi-los, mitigando seus poderes e, também, sua atuação.

Este banimento das Forças Armadas pode elevar ainda mais o índice de insatisfação do eleitor, já que em vez de proporcionar maior transparência ao processo eleitoral – reivindicação endossada por parte considerável dos eleitores nas últimas eleições, no ano passado -, pode produzir ainda mais sensação de opacidade na segurança do processo eleitoral.

Veja, a partir de agora, quais instituições estão autorizadas a participar da fiscalização:

  • Partidos políticos, federações e coligações
  • Ordem dos Advogados do Brasil
  • Ministério Público
  • Congresso Nacional
  • Controladoria-Geral da União
  • Polícia Federal
  • Sociedade Brasileira de Computação
  • Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
  • Conselho Nacional de Justiça
  • Conselho Nacional do Ministério Público
  • Tribunal de Contas da União
  • Confederação Nacional da Indústria, demais integrantes do Sistema Indústria e entidades corporativas pertencentes ao Sistema S
  • Entidades privadas brasileiras, sem fins lucrativos, com notória atuação em fiscalização e transparência da gestão pública, credenciadas junto ao TSE
  • Departamentos de tecnologia da informação de universidades credenciadas junto ao TSE

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