Omissão do governo Lula afetou a credibilidade do Brasil no exterior
Ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Mauro Vieira. (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados).
Redação
Quase três meses depois dos fatos, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, comparecerá à Comissão de Relações Exteriores do Senado para tentar explicar por que o governo Lula “passou pano” para a grotesca fraude eleitoral na Venezuela, a fim de que o ditador Nicolás Maduro foi declarado “vencedor”.
Os “esclarecimentos” não devem ser levados a sério tendo em vista seu papel secundário na definição da política externa brasileira, orientada por Lula com seu assessor CelsoAmorim, que manda de fato no Ministério das Relações Exteriores. A desimportância de Mauro Vieira rendeu a ele, entre diplomatas, apelidos como “chanceler decorativo” ou “chanceler de enfeite”.
A audiência pública foi solicitada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), que argumenta que a Venezuela tem sido um regime autoritário desde o início do século 21, com concentração de poder no Executivo, repressão a opositores e controle da mídia e do Judiciário, contrariando princípios democráticos.
O parlamentar cita que houve indícios de fraude eleitoral no país vizinho e aponta que diversos países e grupos de direitos humanos apontaram irregularidades, variando desde a manipulação dos resultados até a intimidação de eleitores e a exclusão de candidatos opositores.
Ciro afirma ainda que a omissão e falta de posicionamento do governo Lula (PT) sobre o assunto, impacta a credibilidade do Brasil no cenário global, e pode ser vista como um sinal de “complacência com regimes autoritários na América Latina”.
“A ausência de uma condenação firme por parte do Brasil o enfraquece como líder regional e defensor dos preceitos democráticos, além de minar os esforços internacionais para pressionar por uma resolução democrática na Venezuela”, afirma Nogueira.