Organização internacional criticou decisão que suspendeu multa bilionária da J&F
Wesley e Joesley Batista, figuras controvertidas da J&F – Foto: reprodução de redes sociais.
Rodrigo Vilela
A Transparência Internacional divulgou um comunicado com críticas a empresa J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, pelo que classificou como assédio judicial e disseminação de desinformação para escapar de sanções criminais e administrativas.
A organização também condenou “as acusações infundadas” da empresa em recurso julgado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu multa de R$10 bilhões do acordo de leniência da J&F.
“É desconcertante que a decisão do Supremo Tribunal, que suspendeu uma multa de US$2,01 bilhões de dólares à J&F com base em tais informações, tenha sido emitida por um único juiz num processo secreto”, destaca a Transparência Internacional.
O presidente da organização, François Valérian, ao falar sobre a J&F, citou crimes ambientais na Amazônia, corrupção e falsas alegações para escapar de sanções.
“A conduta atual da J&F no Brasil revela como a impunidade pode favorecer o comportamento ilícito de uma empresa, especialmente uma empresa com histórico de grande corrupção e graves crimes ambientais na Amazônia. A recente suspensão das sanções contra a J&F no Brasil, uma decisão baseada em falsas alegações e tomada por um juiz do mais alto tribunal do país, é profundamente preocupante. Isso levanta preocupações de que o comportamento desonesto da J&F e de sua principal empresa, a JBS, persistirá, impactando os direitos das pessoas e o meio ambiente no Brasil e no mundo. As autoridades brasileiras e internacionais, os investidores e a sociedade civil devem tomar medidas decisivas para evitar isso. A Transparência Internacional não se deixará intimidar e permanecerá firmemente comprometida com a luta contra a corrupção no Brasil e no mundo.”