Maioria foi formada para inocentar morador de rua que era mantido preso
Invasores durante ataques ao Congresso, STF e Palácio do Planalto, em 8 de Janeiro de 2023. Foto: Marcelo Camargo/ABr
Davi Soares
Maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) seguiram o voto do relator Alexandre de Moraes para julgar a primeira absolvição total de um réu pelos ataques do 8 de Janeiro de 2023. A decisão com maioria formada ontem (14) favorece Geraldo Filipe da Silva, um homem em situação de rua que foi acusado de ser “petista infiltrado” nos protestos violentos que destruíram os Três Poderes da República, ao ser preso, em Brasília, durante os ataques que visavam anular a eleição do presidente Lula (PT).
O homem acusado de crimes nos atos violentos chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Porém, em seu voto formalizado na semana passada, Moraes convenceu colegas do julgamento em Plenário Virtual do STF, de que faltaram elementos probatórios suficientes para afirmar que o denunciado uniu-se à massa de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para aderir dolosamente aos objetivos de tomada do poder e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
A absolvição é resultado dos esforços da defesa do réu, que convenceu a PGR a recuar da denúncia, após a instrução da ação penal constatar que, na verdade, o morador de rua foi cercado por vândalos e acusado de ser um “petista infiltrado” nos protestos violentos.
No dia dos ataques, circularam vídeos nas redes sociais, mostrando o réu cercado e sendo agredido pelos vândalos, na “prisão em flagrante”, em que foi acusado de vandalizar viaturas para tumultuar a manifestação.