Em 2016, quando Haddad era prefeito de São Paulo e regulamentou o Uber na cidade, Guilherme Nazar ocupava um cargo de gestão na empresa. Naquela época, o Ministério Público abriu uma investigação, que concluiu que não havia ilegalidade.
As acusações que a empresa enfrenta no Brasil são semelhantes às de outros lugares do mundo. “A Binance se tornou a maior corretora de criptomoedas do mundo em parte por causa dos crimes que cometeu”, afirmou o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, no final do ano passado, quando a empresa pagou US$ 4,3 bilhões em um acordo que encerrou a investigação do governo americano.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, foi ainda mais enfática: “A Binance não cumpriu suas obrigações legais em busca de lucro. Falhas intencionais permitiram o fluxo de dinheiro para terroristas, cibercriminosos e abusadores de crianças por meio da plataforma”, afirmou. Changpeng Zhao aguarda a sentença e pode pegar até 18 meses de prisão nos Estados Unidos.
No Brasil, tanto o ex-CEO quanto Guilherme Haddad Nazar foram indiciados pela CPI sob a alegação de violação da lei de crimes contra o sistema financeiro nacional e de operar instituição financeira sem autorização. Além disso, Guilherme Haddad Nazar também foi indiciado por gestão fraudulenta.
A Binance declarou que está em total conformidade com as regulamentações brasileiras e continuará a cumprir as determinações fiscais e legais relevantes para suas operações no Brasil. A empresa também destacou que está em processo de aquisição da corretora Sim;paul no país, anunciada em março de 2022 e atualmente em análise pelo Banco Central.
Sobre o processo nos EUA, a empresa disse que “assumiu total responsabilidade pela sua conduta, realizou esforços significativos para melhorar as suas iniciativas de conformidade e construiu uma plataforma mais forte e segura.” Além disso, ressaltou que, “nas resoluções consagradas, as agências americanas não alegam que a Binance se apropriou indevidamente de fundos de usuários e não alegam que a Binance participou de qualquer manipulação de mercado”.
DIÁRIO DO PODER