As estatais deverão fechar o ano com déficit primário de R$ 4,5 bilhões
Projeção oficial (Foto: Banco Central e Ministério do Planejamento)
Depois de anos de ajustes e superávits, segundo a projeção oficial, o conjunto das empresas estatais federais voltará ao vermelho neste primeiro ano do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O boletim bimestral de avaliação orçamentária, divulgado nesta quarta-feira (22), informa que as estatais deverão fechar o ano com déficit primário (receitas menos despesas, excluindo juros) de R$ 4,5 bilhões.
Um grupo de 22 empresas entra nesta cifra. Essas empresas dispõem de receitas próprias e não dependem do Tesouro Nacional, mas o desempenho é considerado na apuração do resultado fiscal do governo federal.
Entre essas empresas estão: Correios, Ceagesp, Infraero, Dataprev e Serpro. Dessas empresas, três delas têm previsão de superávit, a mesma situação ocorre com outras oito estatais da lista. Esses não são considerados os números da Petrobras nem dos bancos públicos.
Se confirmada a estimativa, o déficit, equivalente a 0,04% do PIB, será o maior desde 2009, no segundo governo de Lula. O grupo passou por diversas alterações no período, devido a privatizações, liquidações e criações de empresas.
Depois do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, as estatais passaram por um processo de diminuição de despesas e restrições a indicações políticas.
O superávit voltou em 2018 e se manteve até o ano passado, onde o saldo positivo foi de R$ 4,75 bilhões. O déficit em 2023 já era esperado, porém, a cifra supera os R$ 3 bilhões previstos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
De acordo com os cálculos oficiais, a principal responsável pela volta do vermelho é a Emgepron, gerenciadora de projetos da Marinha, com déficit esperado de R$ 3,695 bilhões.
Em setembro, o governo chegou a projetar um rombo maior; de R$ 5,6 bilhões, como noticiou o jornal Valor Econômico.
A ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação) informou a Folha de São Paulo que o resultado será coberto com recursos dos caixas das próprias empresas, obtidos com saldos de anos anteriores. Não haverá, portanto, necessidade de algum socorro direto por parte do Tesouro.
DIÁRIO DO PODER