Após se mostrar mais uma vez contrário à inclusão de profissionais da imprensa no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19, em declaração dada na última segunda-feira (31), o governador Rui Costa (PT) foi alvo de uma carta publicada pelo Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), que questiona a sua posição.
Na carta aberta, o Sindicato justifica a atuação da imprensa diante do cenário de pandemia, geralmente nas ruas e eventos políticos, como risco à contaminação dos profissionais. O próprio governador Rui Costa, durante visitas e inaugurações, convoca a imprensa e gera aglomeração entre assessores, aliados políticos, repórteres e cinegrafistas.
“A resposta, prezado governador, estava diante de V. Excia: quase meia centena de jornalistas aglomerados para informar justamente a inauguração da sua maternidade. Os bancários não estavam lá aglomerados, assim como os professores, já vacinados, nem policiais, nem outras categorias de trabalhadores que já estão imunizados para continuarem trabalhando nos serviços essenciais”, diz parte da carta, que ainda lembra do fato de que o governador já foi vacinado contra o novo coronavírus, alegando comorbidade.
“O Senhor está vacinado, mas os repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, não. Estão expostos, diariamente, cobrindo não só as suas inaugurações, mas a dor e o luto desse genocídio diário em portas de hospitais, nas aglomerações, nas situações cotidianas das ruas”, continua a carta.
“Jornalistas são essenciais na linha de frente da informação. Portanto, devem ser prioritários na vacinação”, encerra a carta divulgada pelo Sindicato na última terça-feira (1º).
Contrário à vacinação de jornalistas dentro do grupo prioritário, apesar da categoria ser considerada essencial durante a pandemia, não é a primeira vez que ele faz alguma declaração do tipo. Recentemente, durante uma visita ao Dique do Cabrito, com aglomeração da imprensa, Rui foi questionado sobre o assunto e teve a mesma posição. Apesar disso, nas últimas aparições, Rui tem reunido uma grande quantidade de jornalistas, que se tornam ainda mais vulneráveis ao risco de contaminação.