Em um passado não muito distante, ser brasileiro era motivo de muito orgulho. Nossas conquistas no futebol, no vôlei, no basquete, no tênis e no box, sustentavam nossa ilusão. Nesses momentos de glória deixamos transparecer a ideia de que éramos patriotas e cantávamos emocionados nosso Hino Nacional.
Foi então depois de um sete a um imposto pela Alemanha que nossa ficha caiu. Não éramos mais os reis do futebol. Nossa ilusão se assemelhava a um castelo de cartas quando desaba.
Nosso espírito patriótico foi recentemente reativado, não apenas nos momentos de glória nos esportes, mas sim por sentirmos que nossa pátria estava ameaçada. Que nossas famílias corriam risco, que nossos valores morais estavam sendo desprezados e que nossa crença em um ser superior passou a ser perseguida. E pior que tudo isso, nossa liberdade de pensar, falar e nos movimentar estava sendo proibida.
Então fomos as ruas e nos posicionamos a frente dos quarteis. Não apenas cantamos todos os nossos hinos nacionais, mas nos ajoelhamos e oramos e rezamos para que um milagre acontecesse. Ordeira e pacificamente esperamos por esse dia. E ele não aconteceu.
Fomos traídos e arrebanhados para campo de concentração.
Hoje ser brasileiro é venerar um descondenado, aplaudir um punhado de ministros corruptos, conviver com o mais podre sistema de justiça, presenciar grandes empresas fechando as portas e sentir que estamos nos aproximando rapidamente de nos tornarmos um Venezuela.
Guto de Paula
Redator da Central São Francisco de Comunicação.
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