‘Se presidente ingressar no PP, pode complicar’, avalia Coronel

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Foto: Reprodução

 

Por Rodrigo Daniel Silva 
O senador Angelo Coronel (PSD) avaliou, em entrevista à Tribuna, que, se o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ingressar no PP “pode complicar” a situação na Bahia do partido liderado pelo vice-governador João Leão. A entrada de Bolsonaro na legenda é dada como certa por lideranças nacionais, apesar de haver resistência em alguns diretórios estaduais. 

“É uma situação delicada. Se Bolsonaro ingressar (no PP), pode complicar (na Bahia). Mas não gosto de falar do partido do outro”, declarou Coronel, em entrevista à reportagem. O senador disse, entretanto, que “não vejo problema” de um integrante do PP compor a eventual chapa governista, pois, é possível que o partido dê independência para os diretórios estaduais decidirem quem apoiar para presidente da República na eleição do próximo ano. “O Brasil tem vários Brasil dentro dele”, ressaltou Coronel. 

Um deputado do PT já tinha dito, em conversa reservada com a reportagem, que “qualquer pessoa que vier da base de apoio de Bolsonaro vai ser olhado com resistência” dentro do seu partido para compor uma eventual chapa de Jaques Wagner (PT) ao governo da Bahia. Anteontem, o vice-governador João Leão afirmou, em entrevista à Rádio Digital, que não tem o “mínimo interesse” em apoiar Bolsonaro no próximo pleito. “Eu tenho uma aliança política na Bahia há 14 anos e quero continuar minha aliança. O PP em cada estado é independente, mas eu não tenho o mínimo interesse nisso (apoiar Bolsonaro)”, pontuou. 

Presidente nacional do PP, o deputado federal André Fufuca disse que, de 0 a 10, a chance de Jair Bolsonaro se filiar ao PP estaria hoje em 9. Ele assumiu o comando da legenda após o senador Ciro Nogueira virar ministro-chefe da Casa Civil de Bolsonaro. “Se Bolsonaro vir, o partido irá 100% com ele”, disse Futuca, em entrevista ao site O Antagonista. 

No cenário desenhado hoje, se o PP ficar na base governista, poderia indicar um nome para a provável chapa de Wagner. O senador Otto Alencar (PSD) competiria pela reeleição, como seria o desejado dele, e Wagner encabeçaria a composição. Outro esboço para a chapa é o governador Rui Costa (PT) renunciar o posto para ser candidato ao Senado, e o vice-governador Leão assumiria o posto. Neste caso, o PP pode abrir mão da majoritária para Wagner ser postulante a governador, e Otto a vice. 

O desejo dos progressistas é que Leão vire governador, e feche a carreira política com “chave de outro”. O deputado federal Cacá Leão, que é filho do vice-governador, confirmou o desejo do partido. “Isso foi conversado em um almoço e é conversado em todo canto. A política ferve por essa questão. O movimento do governador talvez seja o mais importante para 2022. Claro que a gente deseja. Não escondo de ninguém. É o nosso desejo, até pela importância do nome do governador”, falou, em entrevista ao programa “Política na Mesa”, da TV Câmara Salvador. 

Tribuna da Bahia

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