Salles diz que acusação de ‘contrabando’ é falácia do MPF

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Deputado acusa procuradores de contrariar relatório parcial da PF

Ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Davi Soares

Após virar réu em ação penal decorrente da Operação Akuanduba, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) acusou o Ministério Público Federal (MPF) de se antecipar à conclusão do relatório final da investigação da Polícia Federal, que o isentaria, para o denunciar o ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL) por crimes de organização criminosa para facilitar contrabando de madeira via exportação ilegal, bem como de advocacia administrativa e dificultar fiscalização ambiental. A denúncia foi aceita nesta segunda-feira (28), pela Justiça Federal de Belém.

Salles diz ter certeza de que a denúncia não passa de uma falácia a ser demonstrada pela seriedade e imparcialidade do Judiciário. E acusa procuradores do MPF de contrariar conclusões do delegado do caso, Alexandre Almeida Ferreira, cujo relatório parcial da PF reconhecia muitas questões que o deputado afirma serem capazes de o isentar de quaisquer crimes. Assim como inocentaria os coronéis da Polícia Militar de São Paulo que também denunciados por auxiliá-lo no Ministério.

“O MPF não esperou sequer o relatório final da PF, que ouviu testemunhas, coletou provas, etc. Ainda ignorou o conteúdo do relatório parcial, e ainda fez uma denúncia vazia, cheia de suposições e interpretações”, reagiu Salles, ao criticar a precipitação do MPF em mensagem ao Diário do Poder.

O cerco a Salles tem sido interpretado como retaliação contra o fato de o ex-ministro ser relator da CPI do MST, na Câmara dos Deputados.

No Relatório Parcial do Inquérito Policial nº 2021.0003967 – DPF/ATM/PA, o delegado expôs detalhes das diligências realizadas até 16 de dezembro de 2022, solicitando manifestação ao MPF sobre a necessidade de diligências adicionais para arquivamento ou eventual oferecimento da denúncia, já que a investigação já durava mais de dois anos, sem que houvesse a extração dos dados e realização de perícia do aparelho apreendido com Salles, que não forneceu senha, usando a proteção constitucional de não produção de prova contra si mesmo.

DIÁRIO DO PODER

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