Grupos terroristas de manifestaram sobre eleições, que influenciará os rumos do Oriente Médio
Naim Qasem, Donad Trump e Basem Naim Fotos: EFE/EPA/WAEL HAMZEH | Erin Schaff | EFE | Frame de vídeo / YouTube / Al Jazeera English
Em comunicado nesta quarta-feira (6), o grupo terrorista Hamas se pronunciou sobre a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, afirmando que, embora seja um assunto que compete aos cidadãos daquele país, os palestinos esperam que o republicano ponha um fim imediato ao conflito na Faixa de Gaza.
– A eleição de Trump como 47º presidente dos Estados Unidos é um assunto privado dos americanos, mas os palestinos esperam um fim imediato da agressão contra o nosso povo, especialmente em Gaza – disse Basem Naim, membro do gabinete político do grupo palestino.
A organização xiita afirmou que sua postura em relação à nova administração dos EUA, cuja gestão terá início depois de 20 de janeiro de 2025, dependerá “das posições e comportamento” de Trump em relação à Palestina.
– É preciso que o presidente eleito americano ouça as vozes que se levantaram na própria sociedade americana durante mais de um ano sobre a agressão sionista contra a Faixa de Gaza, rechaçando a ocupação e o genocídio, e opondo-se ao apoio e à parcialidade em relação à entidade sionista – acrescentou o grupo em um comunicado posterior.
No texto, o Hamas qualificou de negativa a posição de todas as administrações americanas desde a guerra árabe-israelense de 1948, incluindo a do atual presidente Joe Biden.
Vale lembrar que a última presidência de Trump (2017-2021) foi marcada pelo reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos Estados Unidos e pela transferência da embaixada americana de Tel Aviv para aquela cidade, que os palestinos reivindicam como capital de um futuro Estado.
O Hamas, contudo, indicou esperar que a Palestina seja reconhecida como um Estado “independente e soberano”, tendo Jerusalém como capital, e alegou que o apoio total a Israel apenas desestabilizará a região.
Em 2018, Trump suspendeu a ajuda financeira à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), diminuiu o financiamento para projetos de desenvolvimento na Cisjordânia e em Gaza e fechou o escritório da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em Washington.
HEZBOLLAH Já o novo líder do grupo terrorista libanês Hezbollah, Naim Qasem, afirmou, nesta quarta, que a vitória de Donald Trump ou de Kamala Harris é irrelevante para o desenvolvimento da guerra com Israel, uma vez que acusou os Estados Unidos de fornecerem “apoio ilimitado” ao Estado judeu tanto no Líbano como na Faixa de Gaza.
– Não nos importamos se Harris ou Trump vencem, porque não dependeremos dos movimentos na política, mas dependemos do que acontece no terreno – declarou Qasem em um discurso televisionado, no qual acusou os EUA de serem “o grande demônio”, mas não comentou explicitamente a vitória do republicano.
O Oriente Médio vem prendendo a respiração nas últimas semanas, aguardando os resultados das eleições nos EUA e o efeito que terão sobre a evolução das guerras no Líbano e na Faixa de Gaza.