Saiba o que é febre maculosa, doença que matou 3 pessoas em Campinas

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Doença infecciosa febril aguda transmitida por carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii, presente principalmente no carrapato-estrela

Morreu nesta terça-feira (13) a adolescente que estava internada em Campinas, no interior paulista, com suspeita de febre maculosa. Ela compareceu à mesma festa da qual participaram três pessoas que perderam a vida em razão da enfermidade.

Mais cedo, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou que a doença provocou a morte do piloto e empresário Douglas Pereira Costa, 42, e de uma mulher de 28 anos.

Assim como a dentista Mariana Gioardano, 36, eles estiveram no dia 27 do mês passado na Feijoada do Rosa, na Fazenda Santa Margarida, distrito de Joaquim Egídio, em Campinas (a 93 km da capital paulista).

O QUE É FEBRE MACULOSA?

Doença infecciosa febril aguda transmitida por carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii, presente principalmente no carrapato-estrela. Os carrapatos que transmitem a Rickettsia são chamados de Amblyomma cajennense e são encontrados em todo o território nacional.

Para que haja a transmissão, o carrapato precisa ficar fixado à pele por pelo menos quatro horas. Não há transmissão de pessoa para pessoa.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, duas espécies da Rickettsia estão associadas a quadros de febre maculosa: rickettsii, considerada a doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos estados da Região Sudeste; e a parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), ligada a quadros clínicos menos graves.

QUAIS OS SINTOMAS?

Os sintomas são, de início, súbitos: febre alta, dor no corpo, na cabeça, prostração, perda do apetite, náuseas, vômitos e aparecimento de manchas avermelhadas principalmente nas mãos e nos pés, do segundo ao quinto dia, que podem evoluir para petéquias (pequenos pontos avermelhados na pele que lembram picada de mosquito) e equimose (manchas roxas). A doença tem formas leves e graves, incluindo a hemorrágica, com evolução para morte. A taxa de letalidade pode ser superior a 50%.

TRATAMENTO

São administrados antibióticos -Tetraciclina e cloranfenicol- que evitam a proliferação de bactérias, contendo o agravamento da doença. A uso da medicação já deve ser feito mesmo antes da confirmação do resultado.

EM QUANTO TEMPO O QUADRO DO PACIENTE EVOLUI PARA A MORTE?

O indivíduo pode evoluir para morte entre o 5º e o 15º dia após o início dos sintomas. Dependerá da agilidade no diagnóstico e início do tratamento. A febre maculosa é de difícil diagnóstico por apresentar sintomas inespecíficos e que se confundem com outras doenças, como leptospirose, zika, dengue e meningite, entre outras.

QUALQUER CARRAPATO PODE TRANSMITIR A FEBRE MACULOSA?

Os principais carrapatos que transmitem a febre maculosa no Brasil são três: Amblyomma cajennense, Amblyomma cooperi (dubitatum) e Amblyomma aureolatum (carrapato amarelo do cão).

No interior de São Paulo, a febre maculosa está associada ao carrapato-estrela que, em geral, ocorre em áreas de mata silvestre e beira de rios. Em geral, homens adultos são mais acometidos, por trabalharem nessas regiões. As ninfas (formas imaturas do carrapato) são os principais estágios evolutivos envolvidos na transmissão e predominam nos meses mais frios.

COMO EVITAR A PICADA DO CARRAPATO?

Quem circula por áreas endêmicas deve usar botas, calças e blusas com manga comprida, cobrindo todo o corpo. É importante evitar locais com mato alto.

HÁ RISCO DE INFECÇÃO EM ÁREAS URBANAS?

Sim. O Amblyomma aureolatum encontrado nos cães estão envolvidos na transmissão da doença nas regiões metropolitanas, principalmente nas cidades do Sudeste e Sul do país, onde ocorre o maior número de casos.

QUAIS AS ÁREAS ENDÊMICAS EM SÃO PAULO?

Jundiaí, Campinas e Piracicaba, em especial.

Fontes: Tania Chaves, infectologista, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará, e Marcelo Simão, infectologista, professor da Universidade Federal de Uberlândia (MG). Os dois são consultores da Sociedade Brasileira de Infectologia.

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