Rio tem epidemia de dengue e recorde de internações

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No mês passado, a cidade teve cerca de 10 mil casos da doença

Secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil


Em apenas um dia de janeiro, a rede de saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro teve 362 pessoas internadas por causa da dengue. Esse número é um recorde na série histórica iniciada em 1974. O recorde anterior datava de 2008. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (2) pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, que confirmou que a cidade enfrenta uma epidemia da doença.
– Um aumento do número de casos sustentado ao longo do mês, com repercussões na rede assistencial é a caracterização de uma epidemia clássica. Então não há porque a gente não ligar o alerta e falar que é um cenário epidemiológico real. Estamos numa epidemia de dengue na cidade do Rio de Janeiro – afirmou Soranz.
Secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Em janeiro deste ano, a cidade teve cerca de 10 mil casos da doença – uma taxa de incidência de 160,68 por 100 mil habitantes. Isso representa quase metade de todos os 22.959 registros de 2023. Não há ainda confirmação de mortes este ano. Três óbitos estão sob investigação.
Uma preocupação das autoridades é que a curva de casos, que historicamente tem os piores cenários entre março e maio, já apresentou grande inclinação em janeiro, superando incidências de epidemias passadas.
– Nós provavelmente teremos um cenário pior em 2024 – projeta o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
A secretaria de Saúde atribui esse comportamento ao aumento da temperatura e a grande quantidade de chuvas.
– No calor, o mosquito nasce com muito mais velocidade, e o período de chuvas propicia o acúmulo de água e mais focos de desenvolvimento do mosquito – explica Soranz.
LULA NEGLIGENCIOU COMPRA DA VACINA CONTRA A DENGUE
Em julho do ano passado, o governo petista alegou prestigiar a produção da vacina nacional, do Instituto Butantan, que não tinha, sequer, data prevista para a conclusão de suas pesquisas. Ou seja, sem perspectiva para ser aprovada e pronta, de fato. Com isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) não teve outra opção: ficou sem receber vacina contra a dengue.
A decisão do governo Lula desencadeou um recorde da doença em todo o país. O número de casos só nas duas primeiras semanas deste ano foi mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado: 55,8 mil casos prováveis.
Somente no dia 20 de janeiro, após o “boom” da doença no país, o Brasil recebeu o primeiro lote de vacinas contra a dengue, fabricadas e doadas pelo laboratório japonês Takeda. A primeira remessa possui apenas 750 mil doses.

*Com informações Agência Brasil

 

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