O Governo da Bahia já definiu o consórcio que será responsável por executar a aguardada obra de reforma e ampliação do Aeroporto Dom Ricardo Weberberger, em Barreiras. Com investimento superior a R$ 44 milhões, parte proveniente do Novo PAC e outra do próprio governo estadual, a intervenção busca destravar gargalos históricos de logística na principal cidade do Oeste baiano.
O projeto inclui a construção de um novo terminal de passageiros, a ampliação da pista de pouso e decolagem, um novo pátio para aeronaves e melhorias em balizamento noturno, drenagem e taxiway — área por onde os aviões se movimentam entre os pontos operacionais do aeroporto.
Segundo a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), as obras do terminal de passageiros devem durar até 360 dias após a assinatura da ordem de serviço. Já a ampliação da pista terá prazo estimado de 240 dias. O consórcio escolhido para conduzir as obras é formado pelas empresas Pórtico Construções, Eterc Engenharia e EBSA (Empresa Brasileira de Soluções Aeroportuárias).
Prefeito aponta gargalo aéreo como obstáculo para o crescimento
A situação atual do aeroporto tem sido pauta frequente na gestão municipal. Em entrevista ao G1, o prefeito de Barreiras, Otoniel Teixeira (União), afirmou que a limitação estrutural do Dom Ricardo Weberberger é o “principal entrave” para o avanço econômico da região.
“O Oeste da Bahia reúne alguns dos maiores produtores de algodão e soja do Brasil, mas não temos um serviço aéreo condizente com essa realidade. Isso impede a atração de novos investimentos e encarece a operação de empresas já estabelecidas”, afirmou o gestor.
Atualmente, o aeroporto opera com um único voo diário para Salvador, o que, segundo o prefeito, está longe de atender à crescente demanda. O trecho Barreiras–Brasília, por exemplo, ainda não é ofertado, apesar de ser uma rota estratégica para o agronegócio local.
Obra é parte de plano nacional de modernização
A reforma do aeroporto foi anunciada em 2023 pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), dentro do pacote de investimentos do Novo PAC. Em evento na capital baiana, o ministro destacou que o Dom Ricardo Weberberger está incluído no Plano Aeroviário Nacional (PAN), justamente por sua relevância logística e econômica.
“A modernização de Barreiras melhora a competitividade da Bahia frente ao restante do Brasil e da América do Sul. É um passo fundamental para fortalecer o agronegócio no Oeste”, declarou Rui.
Com a conclusão das obras, a expectativa é que o aeroporto possa receber aeronaves de maior porte, com capacidade para cerca de 200 passageiros, ampliando rotas e fortalecendo a malha aérea da região.
Barreiras no centro da estratégia logística
Localizado no topo da Serra da Bandeira, uma das regiões mais produtivas do país, Barreiras é hoje um eixo logístico essencial para o escoamento de grãos, algodão e produtos da agroindústria. A limitação do aeroporto, no entanto, tem restringido o crescimento desse potencial.
A cobrança por soluções estruturais mais robustas tem sido constante por parte do poder público municipal. A definição do consórcio responsável pela execução da obra representa, para a gestão de Otoniel Teixeira, um avanço importante, mas ainda depende de agilidade na liberação da ordem de serviço e no início das obras.
Enquanto isso, a expectativa da população e do setor produtivo é que o investimento saia do papel e promova a transformação necessária para impulsionar o desenvolvimento do Oeste baiano.