Historiador e cordelista retratam importância da cidade para construção do país
Lucas Andrade / iBahia
Fundada em 1549, a capital baiana durante muitos anos era chamada de “São Salvador da Bahia de Todos os Santos”. Repleta de histórias que foram fundamentais para a construção do Brasil, a cidade, que completa 474 anos, tem a fundação vinculada à chegada dos portugueses na costa brasileira. A região foi considerada ideal para a instalação de uma capital justamente por causa da Baía de Todos os Santos.
Em entrevista ao Fala Bahia, da Bahia FM, o historiador e professor Cleiton Mesquita destacou que quando os portugueses chegaram já havia uma comunidade nativa, com suas culturas e processos de identidade bem estabelecidos.
“No século XVI, os portugueses chegam aqui e, dentro de várias aspas, eles descobrem o Brasil – no ponto de vista europeu -. Inicialmente, não falamos em colonização do Brasil, a gente fala de um estabelecimento de relações sociais, mesmo que de forma muito tímida”, relembrou.
Ele apontou que, com o passar do tempo, o comércio de especiarias começou a cair em detrimento. Com isso, entre outros fatores, os portugueses sentiram a necessidade de instituir uma administração colonial. “Eles tinham medo de perder esse território. Então, precisaram investir na ocupação do território brasileiro, que é o que conhecemos como Capitanias Hereditárias. A Baía de Todos os Santos era uma capitania, e foi dado o direto dessa região a um capitão donatário, Francisco Alves Coutinho”.
Segundo o historiador, quando Francisco Alves Coutinho chegou no território, ele se estabeleceu na região que compreende atualmente como Graça e Porto da Barra, e ficou por ali durante muito tempo. O tempo foi passando e houve a necessidade de estabelecer uma capital administrativa no Brasil. Foi então que o primeiro governador-geral, Tomé de Souza, fundou a capital Salvador, em 29 de março de 1549.
Cabe destacar que quando Tomé de Sousa chegou por aqui, ele não se estabeleceu na mesma região que o capitão donatário. “Ele precisava, de maneira estratégica, se estabelecer em uma região um pouco mais alta, onde tenha uma noção de defesa, que é onde, de fato, ele começa a fundar a cidade de Salvador. Esse lugar é onde compreendemos hoje a Prefeitura da capital baiana”, pontuou Cleiton Mesquita.
E complementou: “Inclusive, o Palácio Tomé de Sousa está ali até os dias atuais e mostra como ele pensou a cidade. Os primeiros bairros da cidade começam a se formar a partir dali. Além disso, os primeiros portões de Salvador se compreendem onde hoje é a Praça Castro Alves e a região do Santo Antônio Além do Carmo”.
Ao longo dos anos e nos dias atuais, essa história é retratada de diversas formas. Seja por canções, poemas ou livros, Salvador é destaque pela sua beleza, diversidade e pelo seu povo. O cordelista Antônio Barreto se inspirou nessa cidade para criar um poema sobre história e o aniversário da cidade.
G1