Presidente da Febraban chama de ‘medíocre’ o crescimento do Brasil

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Análise de Isaac Sidney foi exposta em conferência do LIDE, em Lisboa

Presidente da Febraban, Isaac Sidney, ao defender crescimento sustentável para o Brasil, em Lisboa. Foto: Reprodução TV LIDE

Davi Soares

Ao pedir ações concretas para o Brasil deixar de patinar na economia, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, classificou como “medíocre” o crescimento econômico do Brasil, diante do potencial do país. A conclusão de que o Brasil segue patinando na economia, governo após governo, foi exposta pelo chefe da Febraban na conferência do Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), em Lisboa.

Para Issac Sidney, o setor privado já deveria estar cansado de tantos diagnósticos e análises e passar a focar em ações concretas para o Brasil se libertar desta prática que considera constrangedora, diante do que o país já sabe o que fazer e não fazer para crescer.

“O Brasil, ano após ano, continua patinando. Não estou aqui me referindo a atual governo. Estou me referindo a uma série de situações em que, governo após governo, nós continuamos a crescer de forma medíocre. O Brasil tem potencial”, criticou Sidney.

O chefe da Febraban exaltou a necessidade ampliação de investimentos para aproximar o Brasil de patamares de países desenvolvidos. E afirmou que o setor privado estaria ciente de que crescimento e geração de emprego são a melhor forma de uma política social eficiente. Entretanto, ponderou que o objetivo só será alcançado através do fortalecimento das premissas da estabilidade macroeconômica; inflação estável, baixa e previsível; e casa arrumada do ponto de vista da sustentabilidade da dívida.

“Estou seguro de que todo o governo mira essa perspectiva. Precisamos sim [o setor privado, produtivo ou financeiro] sermos protagonistas. Por que nós não podemos, por exemplo, oferecer uma proposta de novo arcabouço fiscal. Falamos tanto de responsabilidade fiscal, mas aguardamos que o governo faça sozinho”, sugeriu Isaac Sidney.

O representante dos bancos brasileiros ressaltou que não defende uma corrida desesperada para fazer com que a dívida pública se sustente. Mas cobra que se persiga um horizonte de tempo para de obter receitas e despesas sustentáveis, sem opor equilíbrio fiscal e responsabilidade social, nem investimentos privados aos públicos.

“Sabemos que, sem equilíbrio das contas, o que nós vamos ter é uma espiral da inflação. E a inflação acaba alcançando exatamente aqueles que são mais necessitados. O capital privado e o capital público são importantes para que nós possamos ter ciclos robustos de investimento”, concluiu o presidente da Febraban.

Seu discurso iniciou clamando por união de forças para buscar crescimento de longo prazo, com estabilidade da dívida e inclusão social. Ele ainda enfatizou que os bancos têm obsessão por funcionarem como alavanca para o crescimento econômico. E finalizou cobrando ações para avanças nas reformas tributárias, administrativa e a mudança no ambiente de negócios.

DIÁRIO DO PODER

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