Na sessão da última terça-feira, na Câmara de Vereadores, foi lido um projeto de lei do vereador Otoniel, para denominar a praça que será reinaugurada hoje. Nada contra ao nome escolhido pelo edil ou os senhores vereadores que aprovaram o projeto. Porém achei no site da Câmara o projeto de lei 049/2021, de 13/07/2021, de autoria do vereador Valdimiro José, como o mesmo citou no momento da leitura do novo projeto. Que homenagearia a matriarca da família Campos, D. Maria da Mata Campos. Fundadora da loja Casa Campos, há mais de 80 anos na cidade de Barreiras.
Não houve no projeto atual, do Vereador Otoniel Nascimento, citação do nome anterior atribuído a Praça, nem também se ocorreu mudança de nome. Sabe-se, tão somente, que a tramitação do mesmo é flagrantemente esquisita, por já haver na própria Câmara, em 2021, projeto idêntico, o que corrobora a atitude esquisita da “casa das leis”. Não se entende também a rapidez como a próprio Câmara acelerou tal aprovação. Coisa muito esquisita.
A Casa Campos foi fundada em 1940, por Maria Nunes da Mata, que, ainda solteira, abriu o estabelecimento comercial, à Rua José Bonifácio, esquina com a Cel. Magno, para a venda de cereais, borracha e mamonas, incentivada por seu irmão, o ex-prefeito Pipiu. Ao se casar com Arnaldo Campos, em 1944, dona Mariinha transferiu a sede da empresa para a praça Cel. Antonio Balbino, diversificando o negócio para a venda de ferragens, panelas de ferro, fechos, cadeados, e até sapatos, vindos de Caruaru e Juazeiro.
E hoje será a tão esperada reinauguração da dita praça, que nas redes sociais já vem sendo divulgada desde a terça feira, antes mesmo do projeto ter sido votado na Câmara de Vereadores, onde podemos observar a atitude autoritária do prefeito Zito Barbosa.
Lembrando que dona Mariinha como era carinhosamente conhecida, foi uma mulher a frente do seu tempo, aluna do também saudoso Maestro Antônio Sampaio, foi inclusive homenageada em uma das composições do mesmo, com a música Olhos de Maria, devido sua dedicação a música onde se identificou como violinista, se apresentando em eventos locais, na igreja e durante as sessões do cinema mudo. Vale ressaltar que a loja Casa Campos, fundada por ela ainda em 1940, contribuiu e ainda se destaca no desenvolvimento dessa cidade tão pujante, hoje administrada por sua filha Benê Campos.
Dona Mariinha que nos deixou em 2006, foi moradora da rua Marechal Deodoro, em frente a praça por mais de 20 anos.
Agora vamos aos questionamentos:
É constitucional a inauguração de uma praça que nomeia alguém sem aprovação na Câmara de Vereadores?
Como fica a palavra do Vereador Valdimiro perante a família tão tradicional em nossa cidade?
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