O preço médio da gasolina no país recuou 0,3% esta semana, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). O movimento ocorre uma semana depois de queda no preço do etanol anidro, que representa 27% da mistura vendida nos postos.
De acordo com a agência, o litro da gasolina foi vendido, em média, a R$ 6,637 esta semana, ou R$ 0,03 a menos do que o valor vigente na semana anterior. Ainda assim, o produto acumula alta de 0,6% desde o último reajuste promovido pela Petrobras, no dia 11 de janeiro.
O preço do etanol anidro nas usinas de São Paulo havia caído 2,4% na semana anterior, para R$ 3,734, segundo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP.
Com a escalada das cotações internacionais do petróleo, porém, o mercado vê grande defasagem nos preços praticados pela Petrobras e espera reajustes para o alinhamento com o chamado preço de paridade de importação, que simula quanto custaria o combustível importado no Brasil.
Como na semana passada, a gasolina mais cara do país foi detectada pela ANP em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. Mas, desta vez, o valor ficou em R$ 7,999, abaixo da marca simbólica de R$ 8 por litro.
Com a maior alíquota de ICMS sobre a gasolina do país, de 35%, o Rio tem também o maior preço médio entre os estados brasileiros, de R$ 7,315 por litro.
A pesquisa da ANP detectou também leve recuo no preço do etanol hidratado, que passou de R$ 5,007 para R$ 4,938. Em duas semanas, o preço do combustível nos postos brasileiros acumula queda de 2,2%.
O GNV (gás natural veicular), por sua vez, subiu 1,1% na semana, para R$ 4,537 por metro cúbico. Em um mês, o produto acumula alta de 2,3% nos postos. No início do ano, a Petrobras elevou seu preço de venda do gás natural, mas alguns estados conseguiram liminar para suspender a alta.
Nos outros combustíveis pesquisados pela agência, o quadro é de estabilidade. O diesel foi vendido, em média, a R$ 5,588 por litro, contra R$ 5,586 da semana passada. O botijão de gás de 13 quilos passou de R$ 102,44 para R$ 102,27.
Nesta quinta-feira (3), o deputado federal Christino Áureo (PP-RJ) apresentou projeto para permitir a redução de impostos federais e estaduais sobre os combustíveis, proposta que vinha sendo negociada pelo presidente Jair Bolsonaro.
O texto, que foi elaborado na Casa Civil, desagrada a equipe econômica do governo, que queria limitar o subsídio ao óleo diesel para reduzir os impactos sobre as contas públicas. A estratégia de usar um parlamentar para apresentar a proposta foi uma maneira de driblar o ministro da Economia, Paulo Guedes.
A escalada dos preços dos combustíveis é o principal fator de pressão inflacionária no país e tem provocado estragos na popularidade do presidente, que busca alternativas para reduzir o peso do tema na campanha eleitoral.
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