Ministro Alexandre de Moraes | Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou na sexta-feira 27 que a extrema direita “capturou” e “cooptou” as redes sociais. De acordo com o membro da Suprema Corte, a atuação desse tipo de grupo é maior do que a de usuários comuns.
A declaração de Moraes ocorreu durante uma aula de direito na Universidade de São Paulo (USP). Para ele, o mundo jurídico deveria ter tomado decisões logo que as notícias falsas começaram a surgir. “Deu uma bobeira no mundo jurídico e político, e parece que tudo é novidade, mas não é. Fake news antes se chamava fofoca”, disse. Segundo ele, “fofocas que destruíram reputações em cidades pequenas, agora destroem em redes socais“.
No STF, Moraes é relator de casos que tratam de apurar supostas notícias falsas e ataques aos ministros da Suprema Corte, como a ação em que o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) foi condenado por agressão verbal contra ministros da Corte. Moraes também é o relator do inquérito das fake news, que apura disseminação de notícias falsas contra o Supremo.
Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo plenário do STF em regime inicial fechado. No entanto, o caso vive um impasse. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu graça ao parlamentar, extinguindo a punibilidade e cancelando as condenações contra o deputado. Ao mesmo tempo, Moraes continua a aplicar sanções a Silveira, como pagamento de multa porque o parlamentar não utiliza tornozeleira eletrônica.
Durante a aula, o ministro citou ainda que o movimento de extrema direita nas redes sociais começou nos EUA e foi testado em países como Itália e Polônia.
O magistrado afirmou que a ação se desenvolve em quatro etapas: produção, divulgação (com auxílio de robôs), compartilhamento por políticos e o financiamento. Ele classificou a atuação como “inteligentemente organizada”. O inquérito das fake news, como ficou conhecido, ainda não tem data para ser encerrado.
REVISTA OESTE
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