Ponto de Vista: O desenvolvimento autônomo de Feira de Santana

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Por Joaci Góes

Para a minha querida netinha Maria Eduarda, primeira médica de nossa grande família Fonseca de Góes. 

Atendendo convite do Empresário Edson Piaggio, Presidente da Sociedade Civil Pensar, destinada à concepção de projetos que possam alavancar o desenvolvimento econômico e social da Região que gravita em torno de Feira de Santana, falamos, na semana passada, no auditório do Hotel Atmosfera sobre as “possibilidades de desenvolvimento econômico, político e social da Princesa do Sertão”, que deveria acrescer ao seu simpático nome a condição de capital do Semiárido. O auditório era representativo de influentes lideranças do grande Município do qual temos a honra de possuir a cidadania honorária, desde 1985.    Como palavras iniciais, reiteramos nossa avaliação de ser o Brasil um dos países mais mal administrados do Globo, quando comparamos o pouco que somos com o muito que poderíamos ser, tendo em vista o conjunto de nossas riquezas e potencialidades, algo assemelhado aos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, ou outro país qualquer do Primeiro Mundo. Acentuamos que o caso da Bahia é ainda mais grave, tendo em vista a crescente redução de sua posição relativa no contexto das 27 unidades da Federação. De fato, impressiona a contínua e preocupante queda da participação de nosso Estado no processo de desenvolvimento nacional. 

A boa notícia é que o desempenho histórico de Feira de Santana tem sido, relativamente, melhor do que o brasileiro, em geral, e o baiano em particular. Enfatizamos a conclusão de que essa perda de potencialidade geral decorre da má qualidade de nossa mão de obra que, por sua vez, resulta da má qualidade da educação praticada no Brasil, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, pecado capital na sociedade do conhecimento em que estamos inapelavelmente imersos, como o demonstra a crescente relação linear entre a qualidade da educação reinante e a prosperidade dos povos. 

Nossa palavra alvissareira, por excelência, foi a afirmação de que Feira de Santana tem potencial para crescer, em ritmo muito superior ao crescimento de ambos, Bahia e Brasil, bastando, para tanto a introjeção na consciência coletiva de que a Princesa do Sertão pode, algo do tipo: Sim, eu posso (Yes, I can), proclamado por Sammy Davis Jr, judeu, negro, de baixa estatura e singularmente feio, nascido na Amazônia Brasileira, desvantagens originais que não o impediram de alcançar o estrelato mundial, em várias dimensões, como é do conhecimento geral 

No caso de Feira, para alcançar esse elevado desiderato, impõe-se a criação de uma entidade, que poderia ser o Instituto Pensar, adaptado para se ajustar a esse ambicioso projeto, reunindo lideranças representativas do  mundo social, político e econômico, que teria a incumbência de formular poliédrico programa, compatível com as novas aspirações de avanço cultural, político, social e econômico, a exemplo de uma ferrovia de velocidade média, ligando Feira a Salvador, transportando cargas e pessoas, nos dois sentidos, educação de qualidade para todos, com grande ênfase no sistemático aprendizado e treinamento de pessoas de todas as idades,  elevar Feira ao posto de cidade mais limpa, inicialmente, do Semiárido, mais tarde do Norte e Nordeste, e, finalmente, do Brasil; um programa de crescimento, com qualidade em cada um dos diferentes setores da atividade econômica – artesanato, agronegócio, indústria e serviço de ponta, com o anunciado propósito de elevar o prestígio do Made in Feira de Santana. Um programa para vinte anos, tomando como exemplos os casos recentes do grande desenvolvimento de países como Noruega, Finlândia, Vietnam do Sul e Singapura.  Como slogan, adotar o princípio sempre exaltado pelo grande empresário-educador Norberto Odebrecht: “O segredo do sucesso consiste em “fazer uma coisa de cada vez e tudo ao mesmo tempo”, oximoro aparente, para explicar que a realização de cada uma dessas metas deve contar com a participação exclusiva de um conjunto de pessoas adequadamente capacitadas para torná-las efetivas. 

Será isso possível? A resposta a essa instigante questão foi dada por Henry Ford, em seu conhecido axioma: “Se você acha que pode ou que não pode, em qualquer dos casos você tem razão.” Pensamento que se ajusta à perfeição com a advertência de Jean Cocteau: “Como não sabia que era impossível, foi lá e fez.” 

 

 

 

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