Ponto de vista: A hora e a vez da Chapada Diamantina

Destaque
Joaci Góes

Ao casal amigo Denise e Adolfo Menezes! 

A vasta e bela cordilheira da Chapada Diamantina, com seus 41.751km², desdobra-se nos estados da Bahia e Minas Gerais, onde se encontram os pontos mais altos do Nordeste Brasileiro, sendo culminante o Pico do Barbado, com 2.033 metros de altura, localizado entre os municípios de Rio do Pires e Abaíra, na Bahia, seguido do Pico  do Itobira,  com 1.970 m de altura, e do Pico das Almas, também na Bahia, dividindo os municípios de Rio de Contas e Livramento de Nossa Senhora, com seus 1.958 metros de altitude. Quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e Rio das Contas nascem na Chapada Diamantina ou em seus contrafortes, formando, ao longo dos seus percursos, piscinas naturais, como o Poço do Diabo, e cachoeiras, a mais conhecida das quais é a da Fumaça, situada no pequeno e aprazível município de Palmeiras. O extenso altiplano que caracteriza a Chapada, com uma largura média de 25km, varia sua altitude entre 800 e 1200 metros acima do nível do mar, razão do permanente clima de montanha que oferece aos que a visitam, uma das razões de ter sido escolhida como o melhor destino turístico do Brasil, no ano de 2022. Entre os séculos 18 e começo do 20, a Chapada foi meca da busca de ouro e diamante. 

Segundo dados geológicos, a formação sedimentar da Chapada iniciou-se há cerca de um bilhão e setecentos milhões de anos! A paisagem de hoje é o produto de interessante evolução cuja explicação foge aos propósitos deste breve registro. Basta mencionar que o ambiente que hoje ali se encontra enseja aos especialistas uma leitura fiel das atividades telúricas ali desenvolvidas ao longo de tantas eras. 

Dominada pelo Semiárido, de que a caatinga é a expressão maior, e protegida pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, pelo Parque Estadual de Morro do Chapéu e outras entidades ambientais, aí abundam, entre outras espécies, sempre-vivas, orquídeas e bromélias. Em consonância com a última regionalização, de 2007, a população da Chapada Diamantina, de aproximadamente 400 mil pessoas, se distribui em 24 municípios, a saber: Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Ibitiara, Itaetê, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Novo Horizonte, Palmeiras, Rio de Contas, Seabra, Souto Soares, Tapiramutá, Utinga, Wagner, Boninal, Bonito, Ibicoara, Iraquara, Jussiape, Lençóis, Mucugê, Nova Redenção e Piatã.  

A riqueza de cavernas aí existentes faz da Região um dos paraísos para os estudos no campo da Espeleologia. 

A Região foi o palco de grandes lutas entre Coronéis que atuavam como senhores de baraço e cutelo, de tal modo distantes se encontravam das atenções e do alcance dos poderes constituídos e  centralizados  em Salvador. Horácio de Matos (1882-1931) foi a expressão máxima desses tempos temerários, entre heroicos e bandidos. Se merecer a devida atenção, toda a Região poderá alcançar a fase de crescimento e modernização que faz da aprazível Mucugê um pedaço do Paraíso, para alegria da sua operosa e muito bem avaliada prefeita Ana Medrado, apta a receber, com a infraestrutura já existente, as mais exigentes personalidades. Nunca é demais enfatizar o notável papel desempenhado pelo Grupo Progresso que, em tudo que realiza, busca satisfazer exigências do Primeiro Mundo, desde o seu primoroso hotel boutique, até a moderníssima vinícola instalada entre montanhas, com uma das visões mais belas do Planeta. 

Conhecer a Chapada é uma experiência necessária que se soma ao trabalho do líder político João Leão, em sua tenaz luta para desenvolver o Oeste Baiano. 

Joaci Góes – Tribuna da Bahia

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