A ponte que liga os municípios de Barra a Xique Xique, tão ansiada pelo povo daquela região, inesperadamente, para muitos, está sendo um pesadelo.
Verdade que ninguém em sã consciência pode questionar a importância daquela obra, um sonho antigo daquela gente, pois eram imensas as dificuldades dos que eram obrigadas a atravessar o rio São Francisco, em velhas balsas e a preços exorbitantes.
Como sempre acontece, porém, os “heróis” que tanto propagaram aquela obra, após a inauguração desapareceram da cena, ou então temem enfrentar a revolta de muitos dos usuários da ponte, após a sua festiva inauguração, ante a absurda tabela de preços dos que se aventuram, por deleite ou por necessidade, a transpô-la.
Ora, diz-se que no transcurso do Rio São Francisco pela Bahia, há exatamente nove pontes, mas nenhuma delas cobra o famigerado pedágio, o que está sendo feito na nova e até muito bonita ponte. Uma inovação dos gestores de agora.
De uns tempos para cá, os brasileiros estão sendo impelidos a remunerar até os serviços públicos, uma anomalia que dia a dia se multiplica. Afinal, para que servem os recursos de tantos impostos pagos por nós, brasileiros?
Fosse a grande ponte inaugurada uma iniciativa do povo, ou do governo, até, através de um consórcio distinto, seria cabível tal procedimento. Mas uma obra pública executada para em seguida ser paga dessa maneira, foge dos princípios normalmente adotados. Enfim, os impostos pagos são para tal finalidade e sem a pecha de imposição de uma perversa taxa para seu uso. Uma anomalia, digamos.
Itapuan Cunha
Editor