Na quarta-feira 26, Machado foi exonerado pela Corte Eleitoral e, em seguida, procurou a PF
A Polícia Federal (PF) enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o depoimento de Alexandre Gomes Machado, assessor responsável por inserções de propaganda eleitoral. A polícia deseja saber se o caso deve ficar na competência da Corte Eleitoral ou se a PF pode abrir uma investigação sobre o assunto. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira, 27.
Na quarta-feira 26, Machado foi exonerado pelo TSE e, em seguida, procurou a PF, afirmando que foi alvo de abuso de autoridade por parte do órgão. Conforme o ex-empregado, ele havia informado à Corte Eleitoral que existem “falhas de fiscalização e de acompanhamento na veiculação de inserções da propaganda eleitoral gratuita”. O motivo consta em um documento obtido por Oeste.
O depoimento foi colhido pelo plantão da Superintendência da PF no Distrito Federal. O órgão tem dúvidas sobre a competência de conduzir a investigação, pois, em uma decisão anterior, Alexandre de Moraes, presidente do TSE, determinou o encerramento de uma investigação sobre os institutos de pesquisa eleitoral.
Na ocasião, Moraes defendeu a ideia de que os temas relacionados às eleições são de competência de apuração da Justiça Eleitoral. Desse modo, a PF enviou o ofício à Corte Eleitoral, para compreender como proceder o caso. Em seu depoimento, Machado alegou que foi demitido depois de informar uma falha na transmissão da propaganda eleitoral de rádio do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
“O declarante, na condição de coordenador do pool de emissoras do TSE, recebeu um e-mail emitido pela emissora de rádio JM On Line na qual a rádio admitiu que, dos dias 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação cem inserções da Coligação Pelo Bem do Brasil, referente ao candidato Jair Bolsonaro; que o declarante comunicou o fato para Ludmila Boldo Maluf, chefe de gabinete do secretário-geral da presidência do TSE, por meio de e-mail; que cerca de 30 minutos após esta comunicação foi informado, pelo seu chefe imediato, de que estava sendo exonerado”, informa Machado, no depoimento.
Contudo, o TSE publicou, na mesma data, uma nota comunicando que o desligamento do servidor foi motivado por “reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política”. Além disso, o TSE negou que Machado tenha relatado “falhas de fiscalização e acompanhamento na veiculação de inserções de propaganda eleitoral gratuita”.