PL DEIXARÁ ACM E FICARÁ COM ROMA
Foto: Sérgio Lima/Poder360
Por Rodrigo Daniel Silva e agências
A imprensa nacional noticiou ontem que o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, prometeu ao presidente Jair Bolsonaro romper o acordo feito com o ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (União Brasil), e apoiar a provável candidatura de João Roma (Republicanos) ao governo da Bahia. O PL, que deixou a base do governador Rui Costa (PT), pretendia apoiar a candidatura de ACM Neto ao Palácio de Ondina.
Para ter Bolsonaro dentro do partido, Valdemar, entretanto, aceitou, entre outras exigências feitas pelo presidente da República, descumprir o acordo com Neto. A Tribuna já vinha informando que haveria um conflito entre Neto e Roma para ter o apoio do PL. O ex-prefeito teria, inclusive, prometido “vitaminar” a legenda para mantê-la na sua base política. Ou seja, filiar quadros relevantes ao partido para garantir um aumento da bancada de deputados federais. O número de parlamentares eleitos é relevante para as siglas porque define o tempo de televisão e o valor do fundo partidário e o eleitoral.
Presidente do PL na Bahia, o ex-deputado federal José Carlos Araújo chegou a assegurar, no final do mês passado, que o partido iria apoiar ACM Neto. “Conversei com o presidente nacional do partido (Valdemar Costa Neto), e isso (a filiação de Bolsonaro ao partido) não vai impactar em nada nas decisões que o PL tomar. As decisões que o PL já tomou vão continuar. Não tem nada atrelado de cima para baixo aqui na Bahia (…) A Bahia já tinha feito a sua opção e o presidente nacional garantiu a sua opção. O PL na Bahia apoia ACM Neto”, afirmou na época.
Neto ainda não se manifestou sobre a possível perda do PL para João Roma. Anteontem, o prefeito de Salvador, Bruno Reis disse, em entrevista à imprensa, que desejava manter a legenda no grupo político. “PL é um partido que está na nossa base. Inclusive, romperam com o grupo que estavam para me apoiar. Ainda estamos a 10 meses da eleição. Muita água vai passar por debaixo dessa ponte. Vamos seguir conversando com todos que compõem a nossa base para construir a unidade”, declarou o gestor soteropolitano.
Aliados ouvidos pela Tribuna acreditam que, com essa possível ida do PL para João Roma, Neto terá que se aproximar politicamente do ex-aliado. Até porque, Neto corre o risco também de perder o apoio do Republicanos na sua corrida ao Palácio de Ondina. O ex-prefeito, todavia, tem descartado qualquer possibilidade de caminhar junto com o ministro da Cidadania. O próprio Roma não tem mostrado um desejo de reaproximação política. A avaliação dele é de que não teria nada a ganhar se voltasse a ter laços políticos com o ex-gestor soteropolitano.
A imprensa nacional informou ontem que Bolsonaro quer manter a candidatura de Roma ao governo da Bahia para pressionar Neto a apoiá-lo em 2022. Em troca, Bolsonaro retiraria o nome de Roma da disputa, mas os aliados próximos do ex-prefeito descartam a possibilidade de Neto apoiar Bolsonaro no pleito do próximo ano.
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