Vereadora Carmélia da Mata, líder da Oposição na Câmara de Vereadores de Barreiras
Hoje, às 20 horas, na Câmara Municipal de Barreiras, os vereadores terão mais uma difícil decisão a tomar: aprovar, ou não, o PL 22, enviado àquela casa desde dezembro de 2021, pelo senhor gestor.
Parece que o gestor, com canetadas sempre aceitas pela obediente representação parlamentar, constrói um caminho turbulento, sempre impondo sua vontade, assim como um rolo compressor, doa a quem doer, custe o que custar.
De bom alvitre, é bom afirmarmos que nunca na história barreirense tivemos um prefeito tão incisivo nas suas deliberações. Fere, assim, todo princípio adotado pela democracia, que nos ensina que o caminho salutar é através de conversas e do entendimento. As leis já são apresentadas como o gestor impõe e, é bom que se propague, também é pacífico o entendimento da maioria dos vereadores, que sem pestanejar aprovam até sem discussão o que lhes é apresentado pelo chefe.
Da até dó sabermos de pessoas que à custa de tremendo sacrifício galgaram esses degraus em suas carreiras funcionais que, de uma hora para outra, perdem todas as vantagens que conquistaram, num ato perverso e inconsequente, talvez para engrossar os recursos para a fase asfáltica que a administração adotou.
Não só isso, outras conquistas têm entrado pelo ralo e esvaziado cada vez mais a saúde financeira dos servidores, principalmente dos professores, os mais castigados pela atual administração, a começar pelo precatório do FUNDECE, do qual os profissionais do ensino foram prejudicados, pois não viram nem a fumaça da dinheirama.
Hoje será um dia histórico, pois nossa “briosa” Câmara Municipal apreciará o novo e malfadado projeto 22/2021. A sociedade barreirense não perderá esse momento histórico, quando o projeto será apreciado e votado.
O destaque da sessão deverá ser a anulação da Lei 1.139/2014, aprovada ainda no governo do prefeito Antônio Henrique, que determina à Prefeitura descontar dos salários dos serventuários o que cabe aos Sindicatos. Anulação, aliás, citada somente no preâmbulo do projeto e sequer relatada, prevalecendo assim a chamada e indesejável “pegadinha” apregoada por tantas pessoas.
Em nossa opinião, uma atitude perversa e uma típica vingança de quem abomina qualquer pessoa que não concorde com seu pensamento. Uma política tipicamente hitleriana, convenhamos. Pelo visto, o gestor quer extinguir a classe sindical, algo muito difícil de ocorrer, mas nas entrelinhas facilmente evidenciado.
Se a Câmara aprovar a malfadada exclusão da Lei 1.239, estará cometendo um absurdo, penalizando os Sindicatos como um mero capricho de quem não aceita ser contestado. A história da casa, já tão subserviente noutras ocasiões, contará com mais essa mazela.
Durante todo o dia de ontem, 14/02, os sindicatos fizeram sucessivas reuniões e já marcaram para as 18 horas o comparecimento ao plenário da Câmara, para assistirem a sessão, que poderá ter público limitado, pois os vereadores poderão temer a insatisfação dos injustiçados e, assim, limitarem a presença de público na Casa do Povo.
A classe dos funcionários públicos está rigorosamente determinada a lutar por seus direitos. Tanto é assim, que desde cedo estará organizando as diversas etapas da luta. A novidade é que a grande maioria vestirá roupa preta, em sinal do luto que todos exprimem e lamentam.
Sobre a medida em si, o meu entendimento é o de que o prefeito, tão aclamado pelo asfalto construído na cidade, aparentemente muito bom antes das chuvas e que apresentou defeitos mil após as enxurradas, hoje já não tem o prestígio que lhe assegurou a tranquila vitória na reeleição.
Ressalte-se também, que essa sua obsessão em perseguir lideranças do funcionalismo, notadamente dos professores, que são formadores de opinião, cria um clima de insatisfação capaz de, aos poucos, corroer sua liderança política.
Considere-se, igualmente, que o gestor já lançou o nome da sua esposa para disputar um mandato na Câmara Federal e perseguições, queiram ou não, poderão prejudicar o caminho a ser seguido visando a conquista do tão almejado mandato. Os adversários, desde já, penhoradamente agradecem.
Itapuan Cunha
Editor
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