A Procuradoria Geral da República investiga a origem de mensagens apócrifas divulgadas por aplicativos de mensagens contra investigados da Operação Faroeste e autoridades do Judiciário da Bahia. Desde a deflagração da última fase da operação pelo Ministério Público Federal (MPF), mensagens sem autoria têm sido divulgadas no Whatsapp.
A mais recente diz que por trás da operação, há um “Projeto de Poder” com participação de dois desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A mensagem diz que tais desembargadores teriam indicado seus opositores e desafetos para investigação da Polícia Federal e diz que os atos seriam uma possível vingança devido à ligação do marido da delegada Luciana Matutino que investiga o caso com um deles.
O texto, de origem desconhecida, afirma que a subprocuradora da República Lindôra Araújo e o procurador-geral da República Augusto Aras, montam “denúncias a seu bel prazer”. A nota aponta que o delator da Operação Faroeste, Júlio Cavalcanti se tornou o “próprio Poderoso Chefão das telas do cinema”.
Outras mensagens foram divulgadas no mês de janeiro, envolvendo o ex-secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, de que monitoraria autoridades baianas e empresários, e da relação de proximidade com o “quase-cônsul” da Guiné Bissau, Adailton Maturino, preso na Faroeste. Na época, a Associação dos Praças e Policiais da Bahia (Aspra) negou a autoria da mensagem.
Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, tais mensagens tem origem certa de um núcleo de investigados na Faroeste, com o objetivo de descredibilizar as investigações e prejudicar o futuro da investigação. A investigação está sob sigilo. Atualmente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) realiza a oitiva de testemunhas arroladas pelo MPF e pelos réus da Ação Penal 940, decorrente da 1ª Fase da Faroeste. Ainda há homologações de delações pendentes no STJ, e outras podem estar sendo negociadas.
Desde o dia 19 de novembro de 2019, já foram deflagradas sete fases da operação, sendo a última realizada em dezembro de 2020, que culminou com a prisão das desembargadoras Lígia Ramos e Ilona Reis, além do afastamento do desembargador Ivanilton Santos e do juiz João Batista Alcântara Filho. Também foi nesta fase que foram afastados o então secretário da SSP, Maurício Barbosa, e a ex-procuradora-geral de Justiça da Bahia, Ediene Lousado.