As investigações tentam comprovar se houve ações ilegais no grupo chefiado por Ramagem
Fachada do prédio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
As investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) em relação ao deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) dizem que a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para monitorar autoridades, incluindo a promotora responsável pela investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro.
O relatório que embasou as buscas nesta quinta-feira (25) aponta que Ramagem, policiais, delegados da PF cedidos para a Abin e servidores do órgão formaram uma organização criminosa conhecida como “Abin paralela”.
Esta teria utilizado o programa espião First Mile, adquirido no governo Michel Temer, para realizar o monitoramento ilegal de autoridades, incluindo a promotora Simone Sibilio, o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o atual ministro da Educação, Camilo Santana.
Além disso, o grupo teria difundido informações falsas para vincular os ministros do STF, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, a uma facção criminosa, conforme evidenciado em um arquivo eletrônico apreendido anteriormente.
As investigações também indicam que a Abin foi utilizada para interferir em casos envolvendo os filhos do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O relatório aponta que a alta gestão teria atuado para abafar investigações internas sobre o uso ilegal da Abin.
Em nota, o senador Flávio Bolsonaro negou ter sido favorecido de alguma forma pela Abin.
– Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro – afirmou.