Mael Vale
A Petrobras registrou um prejuízo de US$ 344 milhões, ou R$ 2,605 bilhões no segundo trimestre de 2024, marcando a primeira perda trimestral desde 2020.
A estatal também anunciou a redução do investimento em Exploração e Produção, que foi ajustado de US$ 13,5 bilhões a US$ 14,5 bilhões para US$ 11,1 bilhões a US$ 12,1 bilhões neste ano.
Após o anúncio da petrolífera, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) criticou a gestão do PT pelo prejuízo.
“Bastou um ano e meio para o PT conseguir fazer o que nem a pandemia nem a crise do petróleo com a guerra na Ucrânia foram capazes: dar prejuízo na Petrobras. Não chega a ser surpresa, já que o TCU vem apontando irregularidades nos contratos da empresa. Quando a modalidade é destruir o que estava dando certo, o PT é medalha de ouro!”, criticou o parlamentar na rede social ‘X’.
Receita anual
A receita anual teve um aumento de 2%, totalizando US$ 23,4 bilhões (R$ 122 milhões, um aumento de 7% em relação ao ano anterior).
O Ebitda ajustado ou Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA), permaneceu estável, somando US$ 11,9 bilhões, ou R$ 62 bilhões, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.
Um dos principais fatores que contribuíram para esse déficit foi o pagamento de um acordo com o Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) de aproximadamente US$ 3 bilhões, ou R$ 16 bilhões, no período.
O acordo foi feito para resolver disputas sobre a incidência de imposto de renda, CIDE e PIS/Cofins em contratos de afretamento (aluguel de embarcações) no exterior.
Além disso, houve um impacto de aproximadamente US$ 2 bilhões (R$ 12 bilhões) devido à marcação da dívida com a variação cambial entre os períodos.
O lucro líquido da Petrobras seria de US$ 5,4 bilhões (R$ 28 bilhões), uma queda em comparação com o lucro reportado no segundo trimestre de 2023.
Apesar do impacto não recorrente, o trimestre foi ruim para o segmento de Refino, Transporte e Comercialização (RTC), que teve uma receita de US$ 22,8 bilhões, um aumento de 5% em relação ao segundo trimestre de 2023, mas com margens impactadas pela defasagem em relação aos preços internacionais e pelo maior custo do refino.