PASSARAM DOS LIMITES

Absurdo

Imprevistos, intimidades e extravagâncias - Jornal do Comércio

Acho difícil não se indignar com o que a grande mídia está fazendo. Será que não entenderam que está na hora de tentar recuperar a credibilidade perdida? O telespectador em busca de informação está recebendo obituário, desesperança, negatividade e tudo o que for possível para ter receio, medo e pavor.

 

A pauta está repleta de notícias como a mutação do vírus, como se isso não fosse uma das características de qualquer outro vírus. Só não divulgam que, ao mesmo tempo, que ele sofre mutação, também tem a possibilidade de enfraquecer. De não ser tão letal. Mas qual, isso é notícia boa e coisa positiva é omitida.

 

O desrespeito para com a vida das pessoas está atingindo limites inaceitáveis. A mídia se preocupa em aumentar o terror e tentar torcer qualquer possibilidade de avanço no combate a doença.

 

A mais recente das mentiras entre tantas e incontáveis outras, aconteceu com a divulgação da morte do compositor e músico Aldir Blanc. Na primeira instância a apresentadora informou que o famoso músico fora internado com inflamação urinária e pneumonia, que seu caso complicou-se e que ele veio a óbito.

 

Mais tarde a mesma apresentadora, reforçando a notícia informou que a causa morte foi devido ao vírus. Nem o cuidado de trocar de apresentadora a rede Globo se preocupou.

 

O interessante se não fosse mórbido é que essa emissora está preocupadíssima em condenar o que diz ser mentira nas redes sociais, mas ela mesma produz as suas.

 

Essa prática descarada e inconsequente está passando de todos os limites possíveis. A falta de respeito com as famílias que perderam seus entes queridos e recebem o impacto de uma tremenda mentira fabricada, com o único objetivo de fomentar o terror é completamente desumano.

 

Tenho então que dar crédito ao Maluco Beleza,  Raul Seixas, que dizia:  “…eu  não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz”. Essa crítica que na época pode ter causado desconforto em jornalistas sérios, hoje está sedimentada na mídia atual. Os antigos heróis que antes admiramos, hoje são os “caras de pau”, que descaradamente mentem sem qualquer esforço, que estão empenhados em causar depressão, síndrome do medo, separações e até suicídios.

 

É surpreendente admitir que num passado não muito distante, essa mídia, antes poderosa, tinha a capacidade de mudar o destino de uma nação. Era como tantas outras o quarto poder. Em certos momentos evoluía até para o primeiro. Tanto era o crédito a ela depositado. Hoje é motivo de chacota para os que conseguem refletir, ponderar e analisar. Todavia, para os que insistem em acompanhar sua produção podre e repleta de matéria opinativa, só resta mesmo procurar ajuda psicológica.

 

Nossa Constituição permite de forma democrática o direito da livre expressão, fazendo com que ao contrário de muitas outras profissões, todos podem ousar serem jornalistas, comentaristas e críticos. Enfim divulgarem livremente suas opiniões.

 

Em contra partida, temos o mesmo direito de selecionarmos, aproveitarmos, comentarmos, compartilharmos ou até rejeitarmos o que recebemos como informação.

 

Sendo assim os inteligentes filtram as informações e os imbecis a absorvem. Simples assim.

 

Itapuan Cunha

Editor

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