Entre 2005 ou 2006, não me recordo bem, o ilustre ministro Marco Aurélio, quando era ministro do TSE, num discurso brilhante, de uma lucidez e clareza de raciocínio invejável, alertava o povo brasileiro que o “ovo da serpente” estava sendo chocado.
Possivelmente no ninho preparado por Fernando Henrique Cardoso. Ele estava corretíssimo. Tanto é que por 19 anos estivemos submissos a um governo de esquerda, que se dizia democrático.
Do ovo saiu um elemento, que mesmo sem um dedo foi rápido no gatilho para roubar, enganar e saquear o país. Gerou outro ovo, que embora acéfalo, não fez outra coisa senão roubar e destruir tudo que ousou tocar. Não perdoou nem a Língua Portuguesa. Não deu conta do recado, deu mole e recebeu cartão vermelho. Mas gerou outro ovo. Esse veio da Transilvânia, com a aparência sinistra que lembrava muito o mordomo do Drácula.
Por algum motivo que não sei explicar, o ovo Temer fez um governo equilibrado, não aumentou o caos, nem deixou de tirar proveito, mas de todas as crias foi o menos perverso e o mais ponderado. Opinião minha e respeito a sua. Digo isso, porque no final de seu governo não se desfez da responsabilidade de passar a faixa ao novo presidente. Isso é, para mim, demonstrar dignidade.
E voltando ao tema de hoje, o nosso ilustre ministro Marco Aurélio, ao pisar no STF, mudou o discurso e passou a fazer parte das intenções dos dez outros que pretendem governar o Brasil. Em raras exceções demonstrou seu senso de justiça e revelou sua inteligência mais rara ainda no ambiente do supremo. Porem era evidente que estava defendendo à esquerda que antes havia denunciado como perigosa.
Agora, muito recentemente demonstrou que despertou novamente para seu senso de justiça ao se declarar contrário as manifestações violentas que assolaram o final de semana. O quebra-quebra dos que deveriam estar em casa e não se aglomerarem. Mas, qual o que, fizeram o que foram treinados e domesticados para fazer.
O Ministro Marco Aurélio foi firme e assertivo em estar contra as ações dos baderneiros, que em ato de imbecilidade completa chegaram a queimar o Pendão Nacional.
Será isso um sinal claro de dissidência? Um retorno à razão? Ou por ser o único inteligente do grupo estar antevendo que a corda está esticada ao máximo e que não tarda a rebentar?
O fato é que os que os dez outros devem ter aplaudido o que ele em sua lucidez, foi terminantemente contra.