Secretário da Organização das Nações Unidas, António Guterres Foto: EFE/EPA/Justin Lane
Nesta segunda-feira (6), o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou o lançamento de um fundo de 1,2 bilhão de dólares (R$ 5,86 bilhões) para 2,7 milhões de palestinos, tanto em Gaza como na Cisjordânia.
O fundo foi anunciado em uma entrevista coletiva em Nova Iorque, dos EUA. Segundo Guterres, a iniciativa está sendo promovida pela “ONU e parceiros” para ajudar toda a população de Gaza e meio milhão de habitantes da Cisjordânia.
Mais tarde, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, explicou que esse número foi calculado levando em conta as necessidades de todas as agências da ONU que trabalham na Palestina. Ele especificou que, apesar das dificuldades atuais de acesso a Gaza, a ideia é ter um fundo pronto para quando as condições melhorarem.
Na coletiva, Guterres disse que na guerra de Gaza “estamos testemunhando claras violações do direito internacional humanitário” tanto por parte de Israel quanto do Hamas.
Enquanto o exército israelense “continua a bombardear e atingir civis, hospitais, campos de refugiados, mesquitas, igrejas e prédios da ONU”, o Hamas “usa civis como escudos humanos e continua a disparar foguetes indiscriminados contra Israel”.
– O caminho a seguir é claro: um cessar-fogo humanitário. Agora – frisou.
O secretário-geral deu uma visão geral da situação humanitária desesperadora no enclave palestino, alegando que os caminhões que atualmente entram do Egito pela passagem de Rafah não são suficientes, pois não incluem combustível.
Sem combustível, afirmou Guterres, a água não pode ser purificada, e bebês em incubadoras ou pacientes com respiradores morrerão.
Ele fez uma série de exigências às autoridades israelenses e ao Hamas, como a libertação de reféns e a entrega de mais assistência humanitária, e disse que nenhuma dessas metas pode ser condicionada à resolução das outras.
Guterres também enviou uma mensagem de cautela diante do “aumento do antissemitismo” e da intolerância contra os muçulmanos em todo o mundo e lamentou a morte de 88 trabalhadores palestinos da ONU durante o bombardeio israelense na Faixa de Gaza.
– Devemos agir agora para encontrar uma saída para esse impasse de destruição brutal, terrível e agonizante – concluiu.
Ele reiterando também o apelo por uma solução de dois Estados para israelenses e palestinos.