Sempre que ouço alguém falar que não gosta de discutir política, porque aprendeu no senso comum que religião, futebol e política não se devem discutir. Até que em parte concordo, porque fé religiosa e a paixão por um time são coisas muito pessoais e cada um tem essa liberdade para sentir e cultuar o que bem entende.
Na política a coisa também funciona assim. Da mesma forma pessoal, só que evolui rapidamente para o coletivo. Sua religião ou sua paixão por um time pode até influenciar algumas pessoas a te seguirem. Porém, só seus ideais políticos poderão influenciar dezenas, centenas, milhares e milhões de pessoas, muito mais rápido e de forma mais consistente.
Tudo porque sua aversão pela política partidária, pode até te fazer esquecer que existe politica no âmbito de seu time, no trabalho, entre seus pares na religião e no seio de sua própria família. Ela está presente e atuante em todos os lugares onde pessoas interagem.
Por estarmos vivendo em um país onde a democracia está ameaçada, o Estado de Direito vilipendiado, a maior instância de nossa Justiça sendo injusta e os conceitos tradicionais, tanto religiosos quanto familiares desmoronando, discutir política se faz fundamentalmente necessário.
Não importa qual ideologia você segue muito menos quem é seu candidato a presidir o país. O que você não pode é deixar de votar e revelar na urna seu direito sagrado de escolha. A cabeça de quem votar “nulo” ou “branco”, é tanto vazia quanto cinza. Não terá o direito de reclamar, opinar ou participar, seja lá qual o sistema que no futuro irá prevalecer.
A grande arma desesperada dos que querem por todos os meios voltar ao poder está hoje focada na omissão dos covardes e eleitores irresponsáveis, sem compromisso com o destino da nação. Ou seja, o voto, nulo ou branco, que em vários países aconteceu beneficiou a esquerda, amealhando o poder, onde a prática covarde prevaleceu.
Mais uma vez insisto, não importa em quem você vota, pois esse direito democrático ainda é segredo e sagrado. Prefiro saber que você vota em alguém, seja lá quem ele for, do que ter constatado que você lavou as mãos e achou que irá com esse ato covarde, sair ileso desse processo.
Guto de Paula
Redator da Central São Francisco de Comunicação
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