O PETRÓLEO ERA NOSSO

Absurdo

Pádua Campos

No sonho auspicioso de Monteiro Lobato, pode até ter sido. Para quem não se recorda, ou mesmo não conhece o assunto, Lobato foi um dos defensores ferrenhos, que nos primórdios de 1932, defendia a ideia de que no Brasil seria possível prospectar petróleo. Coisa que os interesses de petroleiras poderosas nos Estados Unidos, já sabiam, mas se negavam veementemente em admitir.

Tanto isso era real que até prospecções no interior da Bahia e possivelmente no Rio de Janeiro já comprovavam essa tese. De lá para cá, o que se tratava como falácias, se tornou realidade. Imensas e até então inesgotáveis reservas foram descobertas.

Só em 3 de outubro de 1953 foi fundada a PETROBRAS. Uma campanha popular que durou sete anos de luta. Porém, ainda não tinham atentado para o fato de que o petróleo seria de fato nosso se o governo se preocupasse em construir refinarias. Coisa que não aconteceu suficientemente. A maioria do petróleo extraído depende até hoje de refinamento estrangeiro, para depois retornar ao Brasil, como combustível propriamente dito. Esse é um dos fatores que sempre onerou os preços.

No governo petista foram gastos bilhões na construção de refinarias, que inexplicavelmente não foram concluídas. Exceto a que foi construída na Bolívia.

As consequências dessa criminosa realidade estão refletindo hoje na questão dos aumentos abusivos nos combustíveis. Porém, não é esse o único fator, precisa-se considerar que se trata de uma crise mundial, onde o maldito “fique em casa” foi adotado. Fora o frágil controle do governo sobre os lucros abusivos da PETROBRAS, cujo interesse econômico de acionistas estrangeiros determina e visa apenas lucro, sem o mínimo interesse social.

Após o escândalo vergonhoso do “Petrolão”, que proporcionou aos seus assaltantes a possibilidade de financiar eleições até 2030, a Petrobras foi recuperada e voltou a proporcionar lucros. Porém não é nossa, nem o petróleo extraído pode ser considerado nosso.

                

Guto de Paula

Redator na Central São Francisco de Comunicação

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