O geólogo ‘escorraçado’ do Brasil por sugerir à Petrobras que procurasse petróleo no mar

Destaque

Foto 3x4 em preto e branco de Walter K. Link

Contratado para achar o recurso nas bacias do país, Walter K. Link apontou para o potencial da exploração marítima de petróleo — forma que corresponde hoje a quase toda a produção brasileira

“Há tanto petróleo no fundo do mar – e tão forte é a sua pressão – que o melhor técnico da Petrobras ainda não conseguiu dominar inteiramente o jorro”.

Foi assim que o então repórter do jornal O Estado de S. Paulo Paulo Barbosa de Araújo descreveu a cena que testemunhara no dia anterior, rodeado de técnicos da empresa norte-americana Zapata Drilling Company no alto da plataforma de exploração Vinegaroon, não muito longe da arrebentação das ondas da orla de Aracaju (SE).

Era começo de outubro de 1968 e, na semana anterior, a Petrobras havia anunciado ao mundo o que se esperava há quase quatro décadas: o Brasil tinha petróleo no mar.

Já aposentado, sentado no escritório de casa, no Estado de Indiana, nos EUA, o geólogo norte-americano Walter Karl Link não se surpreendeu com a notícia. Tampouco se orgulhou.

Havia nele apenas um senso de justiça: sete anos antes, ele havia deixado o Brasil escorraçado pela imprensa, por autoridades e por diretores da própria Petrobras por sugerir que a empresa mudasse a estratégia de perfurar poços em bacias terrestres (onshore) e fosse atrás dele, justamente, no oceano (offshore).

  • Vinícius Mendes
  • Role,De São Paulo para a BBC News Brasil

Deixe uma resposta