O discurso farsante do MST

Absurdo

J. R. Guzzo: "Quanto ao MST, pode-se dizer com segurança que a última coisa que passa pela cabeça dos seus proprietários é fazer uma reforma agrária no Brasil" | Foto: MST/DivulgaçãoJ. R. Guzzo: “Quanto ao MST, pode-se dizer com segurança que a última coisa que passa pela cabeça dos seus proprietários é fazer uma reforma agrária no Brasil” | Foto: MST/Divulgação

(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 26 de junho de 2022)

ex-presidente Lula já garantiu, entre as múltiplas promessas que está fazendo na campanha eleitoral para a Presidência da República, que o MST vai ter uma posição importante no seu governo. É um dos seus piores projetos, caso isso seja mesmo um projeto, e não uma peça de conversa fiada para tapear a esquerda mais primitiva que viaja no seu bonde — e para atender as neuroses da porção do público urbano que se assusta com os “pecados mortais” da produção rural brasileira. Essa gente tem certeza de que a soja e o milho estão destruindo a Floresta Amazônica. Acha que o agronegócio “envenena a comida” dos brasileiros, com a utilização de “agrotóxicos” e outros horrores da química. Está convencida de que os fazendeiros perseguem os índios. Suas terras são muito grandes, mecanizadas e consumidoras de tecnologia avançada — coisas que o “pequeno proprietário” e a “agricultura familiar” não podem ter. Na verdade, o agronegócio é o oposto do que os padres, os centros acadêmicos e os artistas de novela querem para o Brasil rural: um País de “pequenas propriedades”, dedicado à produção de coisas “orgânicas”, aos métodos naturais de cultivo e capaz de obter a aprovação da menina Greta e do ator Leonardo DiCaprio. O MST finge que está nessa balada.

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