Félix e Nilo trocaram farpas no passado | Foto: Divulgação
Os deputados federais Marcelo Nilo (PSB) e Félix Mendonça Jr. (PDT) não descartam a possibilidade de integrarem a mesma chapa majoritária nas eleições estaduais de outubro. Antes desafetos, os quadros podem se aproximar na formação de uma aliança em torno da candidatura do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), ao governo da Bahia.
Marcelo Nilo tem sido especulado como possível candidato a senador pela chapa oposicionista, enquanto Félix Mendonça é pensado como vice de ACM Neto na disputa pelo governo baiano. O deputado federal Paulo Azi (DEM) disse, em entrevista ao Bahia Notícias no Ar nesta terça-feira (8), que uma chapa com Neto, Nilo e Félix seria “representativa” (veja aqui).
O parlamentar do PSB admitiu que tem conversado com ACM Neto, mas afirmou que não recebeu qualquer convite para integrar a chapa majoritária liderada pelo DEM. Nilo disse, porém, que, caso seja convidado, irá consultar sua família e dará uma resposta em um prazo de oito a 10 dias.
“Eu conversei com ACM Neto na semana passada, mas nunca fui convidado para fazer parte da chapa. É tudo especulação da imprensa. Nunca fui. Se eu for convidado, vou pensar e vou responder”, disse o deputado.
Perguntado sobre o que acharia de integrar essa chapa, Nilo respondeu que teria o maior prazer e encheu Félix de elogios.
“Com o maior prazer! Eu venho dizendo há três anos, não estou mudando meu discurso, que Félix Mendonça é um grande deputado no Congresso Nacional. Ele, apesar de ser empresário, só vota a favor do trabalhador lá na Câmara”, comentou Nilo ao BN.
Félix Mendonça também foi procurado pelo Bahia Notícias para comentar a possível formação. “Sou suspeito de falar”, brincou o deputado, que reconheceu haver chances da chapa se concretizar.
Entretanto, nem sempre a relação dos dois parlamentares foi tão amistosa. Em 2015, os deputados chegaram a trocar farpas nas redes sociais. Na época, Félix chamou o colega de “desqualificado” e Nilo respondeu acusando o pedetista de falir as empresas do pai.
FIM DE RELAÇÃO
Nilo foi aliado dos governos petistas no estado desde o início do primeiro mandato de Jaques Wagner (PT). Presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) por cinco mandatos, entre 2007 e 2017, esteve sempre ao lado das gestões do PT. No período, o parlamentar passou por PSDB, PDT e PSL, até chegar ao PSB, onde se elegeu deputado federal.
O deputado nunca escondeu seu desejo de integrar uma chapa majoritária, mais especificamente uma vaga na disputa para o Senado. Porém, sem espaço na aliança liderada por PT, PSD e PP, que sustenta o governo Rui Costa (PT), Marcelo Nilo passou a ser cortejado pela oposição.
A tendência é que Nilo deixe o PSB nos próximos meses, para se filiar a um partido de oposição aos governos petistas na Bahia. A legenda, entretanto, ainda não está definida.
Na tarde desta terça, o secretário estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, aliado de Nilo, pediu exoneração do governo da Bahia (veja aqui). Minutos depois, o parlamentar fez críticas duras ao petismo, afirmando que Rui e Wagner se elegeram com discurso contra o carlismo, mas que governam ao lado de carlistas.