NETO DIZ QUE PT BAIANO ESTÁ NO SEU FINAL
Foto: Valter Pontes/Agecom
Por Rodrigo Daniel Silva
Pré-candidato ao governo da Bahia, o ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (União Brasil) cutucou ontem o seu provável adversário, o senador Jaques Wagner (PT), e afirmou que o “ciclo do PT está chegando ao fim”. Neto disse ainda que não sente no petista uma “empolgação para ser governador”.
“(Quero) fazer um debate consistente, trazer propostas e ideias inovadoras, mostrar que o ciclo do PT está chegando ao fim. E é bom que chegue ao fim. A alternância de poder é algo que é saudável para a democracia. Eles já deram o que tinha que dar. A fase dele já foi. Quando a gente olha, nem sente no próprio senador Jaques Wagner essa empolgação para ser governador. Pelo menos, a impressão que a gente sente de fora. Por que não dar a oportunidade para alguém que está com muita vontade, cheio de disposição, trabalhar para valer?”, questionou Neto, se referindo a ele mesmo. A declaração do ex-prefeito foi dada em entrevista à rádio Nova Brasil FM.
Em uma publicação no Twitter, Wagner respondeu a provocação de ACM Neto. “Tem gente confundindo empolgação com arrogância. Minha empolgação sempre será crescente e duradoura. Quem caminha ao meu lado, sabe disso. E que vou até o fim, não desempolgo no meio do caminho e nem deixo amigos na estrada”. A fala do senador fez referência ao fato de ACM Neto ter desistido de disputar o governador da Bahia na eleição de 2018.
Ainda na entrevista, ACM Neto voltou a minimizar uma possível influência da eleição nacional no pleito da Bahia. Para ele, a derrota do seu grupo político em 2006 não se explica apenas pela questão nacional. Neto entende que já havia uma “fadiga de material” da sua ala política. “Em 2006, quando Jaques Wagner ganhou aquela eleição para Paulo Souto no primeiro turno, de forma até surpreendente, ali ficou revelado, principalmente, a fadiga de material. As pessoas, às vezes, fazem uma leitura simplista de atribuir o resultado da eleição na Bahia à questão nacional, como se o eleitor estivesse votando apenas para presidente da República, como se a escolha para governador fosse a escolha de presidente vezes dois. Não é. Cada eleição tem sua circunstância. Aquela eleição de 2006, Lula teve uma influência naquela época, sem dúvida. Ele estava disputando a reeleição, mas não é isso apenas que explica o resultado daquela eleição. Eu vivi aquela eleição por dentro do grupo que perdeu. Nós estávamos ali vivendo questões internas, divisões internas, desgastes em função de 16 anos. Então, essa coisa da fadiga, sem dúvida alguma, chega no momento da política que está presente. Afinal de contas, são ciclos”, ponderou.
Neto lembrou que o seu grupo político disputou as últimas três eleições gerais na oposição, e disse que ele terá o “time mais forte de todo esse período” para competir pelo governo em 2022. O ex-prefeito declarou que integrantes da base do governador Rui Costa (PT) devem mudar de lado no próximo ano. “A tendência, em relação a esses movimentos, é de que se amplie (a nossa base). Afinal de contas, ainda tem muita gente esperando para ver o que o governo do Estado pode oferecer em termos institucionais, mas que um pouco adiante, quando o processo político se aproximar, são pessoas que vão se aproximar e devem confirmar a apoio a nossa pré-campanha ao governo do estado”, apostou.
Tribuna da Bahia
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