Apesar de assumir a defesa de Lula em todos os processos no DF, os casos envolvendo petista estão parados no STF por ter foro privilegiado
Com a ida de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF), a sua esposa, a advogada Valeska Teixeira Zanin Martins, tomou à frente do escritório fundado pelo casal. Entre os vários processos que Valeska assumiu, estão alguns casos que tramitam inicialmente no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece como parte envolvida.
Além do TJDFT, há outros processos deixados por Zanin em outras esferas, como no próprio STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No DF, todos os processos que citam o presidente é do próprio Lula acionando a Justiça pedindo indenização por danos morais e direito de imagem — e todos serão assumidos por Valeska.
Lula x Eduardo
Em um desses, Lula pediu indenização após o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ter compartilhado uma decisão judicial sobre depósitos da ex-primeira-dama Marisa Letícia.
Nesse caso, os advogados do presidente argumentaram, à época, que a publicação é falsa e passa a impressão que Marisa tinha um valor na conta bancária de R$ 256 milhões, quando na verdade o valor era de R$ 26 mil. A ex-primeira-dama faleceu em 2017, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), e o caso ainda tramita na Justiça do DF, apesar do último revés da defesa de Lula.
Como Lula retornou ao cargo de presidente e voltou a ter foro privilegiado, os processos foram conduzidos ao STF e deverão ser retornados só em 4 ou 8 anos, quando o petista deixar o Planalto novamente. Apesar disso, a renúncia de Zanin na defesa de Lula ocorreu no início do mês.
Zanin no STF
Cristiano Zanin foi indicado pelo presidente Lula para ser ministro do STF. O nome dele foi aprovado pelo Senado, que tomará posse na Corte em 3 de agosto. Ele assumiu o lugar de Ricardo Lewandowski.
O novo ministro foi aprovado pela sabatina com 58 votos a favor e 18 contra, bem acima dos 41 votos mínimos que ele precisava para ser confirmado em uma das cadeiras da corte.
No Supremo, o novo ministro vai encontrar um ambiente de elevada aprovação. Nos bastidores, ministros afirmam que existe grande expectativa para a chegada dele e que não há, no momento, resistência ao nome. Mesmo ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, como André Mendonça e Kássio Nunes, defenderam a aprovação de Cristiano Zanin pelos parlamentares. Ele poderá ficar no Supremo até 2051, quando completará 75 anos. Além de integrar o plenário principal, o novo ministro vai atuar na Primeira Turma.
CORREIO BRAZILIENSE