Ministério da Defesa considera fala de Barroso ‘irresponsável e ofensa grave’

Forças Armadas

O general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, então comandante do Exército, durante cerimônia do Dia do Soldado - 25/08/2021 | Foto: Marcos Corrêa/PRO general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, então comandante do Exército, durante cerimônia do Dia do Soldado – 25/08/2021 | Foto: Marcos Corrêa/PR

O Ministério da Defesa reagiu à declaração do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual as Forças Armadas estão recebendo “orientações” para atacar o processo eleitoral brasileiro.

“Afirmar isso, sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou, ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro”, salientou em nota o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.

Publicado na noite do domingo 24, o documento ressalta que a fala do juiz do STF “afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”. Adiante, Nogueira lembra que os militares “contam com amplo apoio da sociedade”.

Leia a nota do Ministério da Defesa

“Acerca da fala do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, durante participação, por videoconferência, em um seminário sobre o Brasil, promovido por entidade acadêmica estrangeira, em que afirma que as Forças Armadas são orientadas a atacar e desacreditar o processo eleitoral, o Ministério da Defesa repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia.

Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou, ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições.

As Forças Armadas, republicanamente, atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis, no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições e calcadas em acurado estudo técnico realizado por uma equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela comissão. As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos.

As Forças Armadas, como instituições do Estado Brasileiro, desde o seu nascedouro, têm uma história de séculos de dedicação a bem servir à pátria e ao povo brasileiro, quer na defesa do país, quer na contribuição para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar dos brasileiros. Elas se fizeram, desde sempre, instituições respeitadas pela população.

Por fim, cabe destacar que as Forças Armadas contam com a ampla confiança da sociedade, rotineiramente demonstrada em sucessivas pesquisas e no contato direto e regular com a população. Assim, o prestígio das Forças Armadas não é algo momentâneo ou recente, ele advém da indissolúvel relação de confiança com o Povo brasileiro, construída com a própria formação do Brasil.”

REVISTA OESTE

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