Essa seria a forma mínima de definir o conteúdo das músicas apresentadas por alguns trios em nossa cidade. Porém, não se trata apenas de mau gosto em seu grau máximo, mas sim um imenso desrespeito a população. Basta observar que em um dos carros estava explícita a frase: Bloco da putaria. E na música não deu outra.
Em um país que hoje em dia somos punidos pela justiça até por pensar contra o sistema, a prefeitura da cidade fecha as ruas, bloqueia o fluxo de veículos em nome do que a referida placa deixou bem claro. Não de trata mais de uma festa popular, onde pais levam seus filhos menores para a diversão, mas sim a exposição sonora e escrita da perversão generalizada.
Os barraqueiros são previamente espoliados pelas taxas abusivas e passam o ônus para o povo que consome o que está exposto. Esse é o nosso Carnaval, em sua fase mais decadente. Uma incitação explícita de que na avenida vale tudo. Menos a música de qualidade com letras bem elaboradas, sugerindo ao ouvinte participar ativamente da festa em busca de alegria. Mesmo que fugaz e passageira, mas no mínimo dentro das normas do bom gosto.
Vale até mesmo a simulação de um suposto salvamento “boca a boca” entre marmanjos barbudos, leves, livres e soltos para exercerem a libertinagem em nome da liberdade de expressão. Não é exatamente essa a liberdade que almejamos.
Ela poderia até acontecer pela liberdade sexual que agora é difundida até nas escolas, se a verdadeira liberdade que queremos não fosse suprimida, punida e perseguida. Mas, não vem ao caso, cada um entende de liberdade à sua própria maneira. Quando a minoria vence os conceitos de uma maioria absoluta, era público e notório que esses episódios iriam forçosamente acontecer.
Conseguiram, enfim, transformar liberdade em libertinagem, política em politicagem e justiça em injustiça e não irão parar por ai. O carnaval terminou com seus louvores e horrores e será bem pior no próximo ano.
Se ainda existir sobreviventes, veremos coisas ainda mais abusivas. Afinal, no Carnaval vale tudo e no Brasil o que valia não vale mais nada. Tudo virou cinzas…
Guto de Paula
Redator da Central São Francisco de Comunicação
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