Ministra perdeu a disputa pelo comando de seu partido para um grupo mais à esquerda
Marina Silva Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou ser alvo de ataques por todos os lados após a sua chapa perder a disputa pelo comando nacional do partido Rede Sustentabilidade.
– Neste momento, saio daqui sangrando – disse, após o resultado, que consagrou como vencedora a chapa “Rede Vive Pela Base”, encabeçada pela ex-senadora Heloísa Helena (AL) e pelo engenheiro ambiental Wesley Diógenes, apoiados pelo senador e líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (AP).
Marina usou a imagem de um bisão, um bovino de grande porte, sendo atacado por leões por todos os lados para falar de como estava se sentindo com o resultado.
– Ele é muito forte, muito grande, mas ele morreu – disse a ministra.
O grupo mais à esquerda da Rede Sustentabilidade foi que venceu neste domingo (16), por 234 votos a 165, a disputa pelo comando nacional da legenda. O resultado evidenciou um racha interno, com os principais nomes da legenda, Marina e Randolfe, divididos sobre os rumos do partido. A convenção da sigla em que ocorreu a eleição foi realizada neste domingo, em Brasília.
A eleição do novo comando foi marcada por acusações e troca de farpas. Adversários chegaram a afirmar que Marina ofereceu cargos em troca do apoio à sua chapa. Disseram ainda que a ministra seria “amiga de banqueiros”. Ela rebateu todas as acusações.
– Taxações indevidas, insinuações que ferem honras e biografias. Eu jamais faria isso com quem quer que seja. Já fui chamada de homofóbica, fundamentalista. Não é com rótulo, com conversinhas por trás, e palavras doces pela frente, que vamos ser diferentes – disse a ministra durante o seu discurso.
A chapa vencedora, da ex-senadora Heloísa Helena e do engenheiro ambiental Wesley Diógenes, defende um alinhamento programático exclusivamente à esquerda. A chapa perdedora, batizada de “Rede Vive” e que contou com apoio de Marina, nomeou Giovanni Mockus e Joênia Wapichana, presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), como postulantes aos postos.
Essa vertente crê que é preciso abranger não apenas a esquerda, mas grupos de outros espectros políticos.
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