Mais votado do PR, deputado eleito Deltan Dallagnol declara voto em Bolsonaro

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Ex-procurador declarou que “Lula foi investigado e condenado em três instâncias com abundância de provas’

Dettan Dallagnol foi eleito deputado federal pelo Paraná com 344.917 mil votos | Foto: Reprodução/Twitter

O ex-procurador da República e ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos) foi o mais votado para deputado federal no Paraná. Ele fez 344 mil votos, superando Gleisi Hoffmann (PP), com 261 mil votos, e Filipe Barros (PL), com 249 mil votos.

O senador do seu partido, Alvaro Dias, não conseguiu a reeleição. O ex-juiz Sergio Moro, titular dos processos da Lava Jato, conseguiu a vaga, com 33% dos votos.

“A Lava Jato renasceu como uma fênix, mas não das cinzas, e sim dos corações dos mais de 340 mil paranaenses”, disse Dallagnol, depois da apuração.

Com uma campanha pautada em propostas de combate à corrupção e de resgate do capital político da Lava Jato, Dallagnol repudia a volta do PT ao governo e declarou voto para o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. “É preciso unir o centro e a direita. Sou independente, conservador, cristão evangélico. Tenho ressalvas ao governo atual, mas, apesar das ressalvas, no segundo turno meu voto será em Bolsonaro contra Lula e o PT”, disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Depois da confirmação da vitória, o deputado eleito, em nota divulgada pela assessoria, declarou que “enquanto o ex-presidente Lula foi investigado e condenado em três instâncias com abundância de provas, o atual presidente nem sequer foi alvo de uma acusação formal até hoje”.

Sobre a maior operação de combate à corrupção, ele atribuiu o fim da operação “essencialmente ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional”. Disse, na entrevista ao Estadão, que o Supremo mudou em menos de três anos o entendimento sobre a prisão após a segunda instância e “impediu a prisão dos corruptos já condenados nos tribunais”.

Também lembrou que o Supremo mudou de entendimento sobre a competência para julgar crimes de corrupção política, tirando-os da Justiça Federal e enviando para a Eleitoral, “que não é vocacionada para investigar casos desse tipo”. “Essa mudança de regra não apenas atrapalhou o combate à corrupção no futuro, mas também foi responsável pela anulação de vários casos da Lava Jato”, avaliou.

Sobre o papel do Congresso, Dallagnol disse que deputados e senadores impuseram “pesados retrocessos à Lava Jato, como a mutilação das 10 Medidas Contra a Corrupção, da Lei de Improbidade Administrativa e do Projeto Anticrime”. “O Congresso também foi responsável por passar a Lei de Abuso de Autoridade, que cerceou o trabalho de juízes e investigadores. É apenas lá no Congresso que esses retrocessos poderão ser revertidos, e os avanços alcançados”, declarou, dizendo que pretende atuar para modificar essas leis.

REVISTA OESTE

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