Entidade alega que magistrados jamais sofreram antes investigação ou sanção administrativa
Redação
Comunicado da Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe), divulgado nesta terça-feira (16), convocou greve de magistrados após o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, determinar o afastamento a juíza Gabriela Hardt da 13ª Vara Federal de Curitiba e de outros magistrados juízes que atuaram na Operação Lava Jato.
O afastamento dos magistrados foram recebidos no Congresso como mais um sinal de uma verdadeira caçada à força-tarefa que ousou investigar e condenar políticos influentes como o atual presidente Lula (PT). A oposição ficou indignada. O senador Hamilton Mourão (Rep-RS), em geral cuidadoso em suas declarações, afirmou que a punição demonstra que o Judiciário “perdeu sua bússola moral”.
A atitude causou estranheza e indignação na Apajufe pelo fato de os magistrados atuarem há décadas, sem nunca terem sido alvo de “nenhuma investigação ou sanção administrativa”. Além disso, de acordo com a nota da entidade, a decisão do corregedor “fragiliza as garantias da magistratura”:
– “As garantias da inamovibilidade e da independência funcional alcançam a sua localização física e a certeza de que estarão investidos do dever de jurisdicionar a salvo de decisões lampejantes e inopinadas”.
Salomão, que foi o candidato do ministro Alexandre de Moraes para assumir as vagas de ministro do STF que Lula preencheu com Cristiano Zanin e Flávio Dino, também abriu procedimento disciplinar contra dois dos principais alvos do sentimentos de vingança petista: o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz federal Sergio Moro, atualmente senador da República.
Além de Gabriela, três magistrados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – o juiz Danilo Pereira Júnior, atual juiz da Lava Jato, e os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores e Lenz Loraci Flores De Lima – também foram afastados de suas funções.