Presidente não detalhou medidas que pretende implementar para alcançar os resultados prometidos durante encontro com Joe Biden
Após dois dias de viagem nos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta para o Brasil neste sábado (11) sem muitos avanços efetivos. Durante a visita ao país, o principal anúncio do petista foi na sexta-feira (10), quando disse acreditar que os EUA vão ingressar no Fundo Amazônia. No entanto, não foi especificado qual deve ser o valor disponibilizado pelos EUA ao fundo.
O petista embarca por volta de 12h30 e deve chegar a Brasília às 20h10, de acordo com a agenda oficial.
“Eu acho que vão. Não só eu acho que vão como é necessário que participem”, afirmou o chefe do Palácio do Planalto sobre a entrada dos americanos no Fundo Amazônia durante encontro com o presidente americano, Joe Biden, na Casa Branca, em Washington, a capital dos EUA.
Os dois assinaram um comunicado conjunto que diz que o país americano tem a intenção de fazer parte do fundo, cujo objetivo é financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização do bioma.
Apesar do documento, Lula comentou que Biden e ele não chegaram a conversar especificamente sobre o Fundo Amazônia. Contudo, ambos concordaram sobre a importância de que países mais ricos ajudem nações em desenvolvimento a preservar o meio ambiente.
No encontro, o petista disse que uma eventual contribuição do país americano será importante para que o Brasil explore as riquezas da Amazônia em prol de benefícios da população que habita a região.
“Não discuti especificamente sobre um fundo amazônico. Eu discuti a necessidade de os países ricos assumirem a responsabilidade de financiar todos os países que têm florestas. Só na América do Sul, além do Brasil, temos o Equador, temos a Colômbia, temos o Peru, temos a Venezuela, temos as Guianas, temos vários países que temos que cuidar”, destacou o presidente brasileiro.
Desmatamento
Durante a visita, Lula se comprometeu a zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 e disse que “fará um esforço muito grande” para isso. Ele criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação às políticas climáticas. Apesar da declaração, no entanto, nenhuma medida foi detalhada. Bolsonaro já tinha apresentado a mesma promessa há dois anos em carta enviada a Biden.
“Eu assumi o compromisso que até 2030 vamos chegar a desmatamento zero na Amazônia. Vamos fazer um esforço muito grande para transformar a Amazônia não em um santuário da humanidade, mas em um centro de pesquisa compartilhado com o mundo inteiro, para que a gente possa tirar proveito da riqueza da biodiversidade da Amazônia e ver se transformamos essa riqueza em melhoria da qualidade de vida para o povo que vive na Amazônia”, comentou Lula.
Alvo de protestos
Durante a viagem, na capital americana, Lula foi alvo de protestos. Ele foi chamado de “ladrão” e “ditador” por alguns brasileiros que foram até a residência onde ele estava hospedado para se manifestar.
Um homem levou um megafone e pediu ao presidente que fosse ao encontro dos manifestantes. “Lula, cadê você? A chapa vai esquentar. Cadê você?”, perguntou o homem, que na sequência fez críticas ao chefe do Executivo brasileiro.
“Lula, ladrão, seu lugar é na prisão. Ditador. Lula é um ditador comunista”, gritou o manifestante.
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