Solução seria linha de crédito de exportação entre ambos países
Alberto Fernández e Lula Foto: Ricardo Stuckert/PR
O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (1º) que Brasil e Argentina discutem a criação de uma linha de crédito de exportação entre ambos países. O risco da modalidade, segundo ele, está atrelado à conversibilidade da moeda, especialmente por envolver o dólar.
– A demanda pelos produtos existe, o problema é a conversibilidade da moeda, ele (empresário) vai vender em pesos na Argentina, aí quando tiver que pagar o financiamento do lado de cá, o que vai acontecer é que tem problema de conversibilidade. Será que o volume de pesos aferidos ao converter para real vai ser suficiente para pagar a dívida? – disse durante entrevista à Globo News.
O secretário acrescentou ainda que a complexidade dessa estrutura envolve um problema de conversibilidade em um comércio realizado hoje por uma moeda de um terceiro país, os Estados Unidos, que não participa dessa relação.
– Hoje existe comércio entre Brasil e Argentina que é feito por uma moeda de um terceiro país, não participante desse comércio, e a política monetária desse país afeta a disponibilidade dessa moeda para realização desse comércio – afirmou.
Galípolo explicou que as linhas de exportação são financiamentos que pagam diretamente as empresas brasileiras que vendem serviços e mercadorias para empresas argentinas e, segundo ele, são relevantes dada a restrição de balanço de pagamento que ocorre no país vizinho, que enfrenta uma grave crise econômica. Ele estima que existem, hoje, cerca de 210 empresas brasileiras que comercializam com a Argentina.
O secretário reforçou que o BNDES desempenha um papel essencial no processo dessas linhas de exportação, com governança do ponto de vista de garantias e exigências que precisam ser cumpridas. Ele também disse que tem ocorrido um diálogo com bancos multilaterais sobre a situação da Argentina e afirmou que o banco dos Brics tem um peso adicional, já que envolve a China, principal parceiro comercial que tem alta musculatura de participação econômica.
Galípolo declarou ainda que a Argentina é um importante parceiro comercial, especialmente por importar produtos industriais e de alto valor agregado. Ele estima que houve uma perda de aproximadamente U$ 6 bilhões de espaço no comércio com o país vizinho diante da entrada da China nos últimos cinco anos.
– O país asiático vem viabilizando mecanismos de financiamento em alternativa a meios de pagamento – afirmou.
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